Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

40478 - COVID-INCONFIDENTES: ASSOCIAÇÃO DA AUTOAVALIAÇÃO DA SAÚDE COM SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO DURANTE A PANDEMIA COVID-19: ANÁLISE DE MEDIAÇÃO PELA QUALIDADE DO SONO
LUIZ ANTÔNIO ALVES DE MENEZES JÚNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, ALINE PRISCILA BATISTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, ANA MARIA SAMPAIO ROCHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, SAMARA SILVA DE MOURA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, THAIS DA SILVA SABIÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, HILLARY NASCIMENTO COLETRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, LUCIANO GARCIA LOURENÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, NARA NUNES LAGE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, ADRIANA LÚCIA MEIRELES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO, GEORGE LUIZ LINS MACHADO COELHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 modificou o comportamento humano e trouxe severas restrições sociais, como o confinamento e distanciamento social. Em contrapartida, essas mesmas restrições promoveram mudanças no estilo de vida, e interferiram diretamente na saúde física, mental e qualidade do sono.

Objetivos
Os objetivos deste estudo foram investigar a associação entre a saúde auto-avaliada como ruim e a ocorrência de sintomas de ansiedade e depressão durante a pandemia da covid-19 e avaliar o papel da qualidade do sono como mediador desta associação.

Metodologia
Realizou-se um inquérito soroepidemiológico entre outubro e dezembro de 2020 nos municípios de Mariana e Ouro Preto/MG. A autoavaliação de saúde (AAS) foi classificada em “Muito boa e boa” e “Regular, ruim, e muito ruim”. Os sintomas de ansiedade e depressão foram avaliados pelas escalas General Anxiety Disorder (GAD-7) e Patient Health Questionnaire (PHQ-9), respectivamente. O sono foi avaliado pelo Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh. Foi realizada análise logística multivariada, ajustada para sexo, idade, escolaridade e renda, para verificar o efeito da saúde autoavaliada nos sintomas de ansiedade e depressão, e uma análise de mediação, conforme o método de Karlson Holm Breen.

Resultados
Foram avaliados 1762 indivíduos, idade média de 43,8 anos, sendo 51,9% mulheres, preto ou pardo (67,9%), casado (53,2%), nível médio (56,5%) e renda familiar abaixo de 5 salários mínimos (60,4%). A AAS boa ou muito boa foi observada em 77,4% dos participantes e 22,7% regular, ruim e/ou muito ruim. Analisando a AAS e a ansiedade/depressão, observou-se que os indivíduos que autoavaliavam sua saúde como regular, ruim ou muito ruim tinham 3,10 vezes mais chance de terem sintomas de ansiedade e/ou depressão, quando comparado aos que autoavaliavam sua saúde como boa ou muito boa (OR: 3,10; IC95%:2,00-48,2). Além disso, verificamos que 23,2% do efeito total foi mediado pela má qualidade do sono.

Conclusões/Considerações
O presente estudo aponta que indivíduos com saúde autoavaliada como regular, ruim ou muito ruim apresentaram maior chance de terem sintomas de ansiedade e depressão, sendo parte deste efeito mediado pela má qualidade do sono durante a pandemia da covid-19. Esses achados sugerem um possível efeito indireto da pandemia de covid-19 na saúde mental dos indivíduos da região dos Inconfidentes/Minas Gerais.