40241 - PERCEPÇÃO DE ADOLESCENTES ESCOLARES SOBRE A AMEAÇA DO CORONAVÍRUS NA PANDEMIA POR COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL. ISABELA NATASHA PINHEIRO TEIXEIRA - UECE, GABRIEL PEREIRA MACIEL - UECE, JANIEL FERREIRA FELÍCIO - UECE, IRANEIDE ETELVINA LOPES - UECE, KELLYANE MUNICK RODRIGUES SOARES - UECE, LAÉCIO DE LIMA ARAUJO - UECE/UESPI, WALLINGSON MICHAEL GONÇALVES PEREIRA - UECE, VICTOR HUGO SANTOS DE CASTRO - UECE, VALTER CORDEIRO BARBOSA FILHO - UECE
Apresentação/Introdução A pandemia de COVID-19 tem deixado uma extensa crise sanitária, econômica e social. Com as medidas restritivas de isolamento social, fechamento das escolas e o cenário de notícias desagradáveis, podem ter alguma implicação na presença de sentimentos de solidão, insegurança e medo em adolescentes, decorrentes da ameaça relacionada ao coronavírus.
Objetivos Analisar a percepção de adolescentes escolares sobre a ameaça do coronavírus durante a pandemia de COVID-19.
Metodologia Estudo transversal com amostra probabilística dos estudantes do ensino médio da rede federal de ensino do Ceará. A coleta dos dados foi realizada em 2021 (agosto-outubro), por meio de questionários online, com instrumentos padronizados e validados, disponibilizados por Google Meet. O desfecho foram os escores da ameaça percebida do coronavírus (6-42 pontos), convertido em porcentagem (0-100%). Os escores foram comparados por sexo, idade, escolaridade do chefe da família e raça. A diferença entre os grupos foi verificada por teste t e ANOVA, considerando um nível de significância de 5%.
Resultados Da amostra total de 1303 participantes (16,3±1,1 anos, 50,9% meninas), houve uma média de 58,67% (DP=23,46) de percepção da ameaça do coronavírus. Meninas tiveram maiores escores de preocupação (64,67%; DP=22,6 vs. 52,13%; DP=22,55; p<0,001). Os escores de percepção de ameaça ao coronavírus foram estatisticamente maiores (p<0,001) nas idades de 17 anos (62,07%; DP=23,04) e 18 anos ou mais (61,36%; DP=25,87). Para a escolaridade do chefe da família não houve diferença significativa (p<0,27) entre os grupos. E para a variável raça, os negros (62,96%; DP=23,89) foram os que apresentaram maior preocupação com o coronavírus (p=0,01).
Conclusões/Considerações Houve preocupação elevada com o coronavírus, sobretudo entre meninas, adolescentes mais velhos e negros. Cabe aqui uma reflexão sobre o contexto socioeconômico, cultural, ambiental e político, em que estes adolescentes estão inseridos, e o quanto se sentem vulneráveis às consequências da pandemia, o que pode ter refletido nos resultados. Estudos vindouros e novas políticas públicas se fazem necessárias nesse contexto.
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