Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

40236 - AMEAÇA À PANDEMIA DE COVID-19 E SAÚDE AUTORREPORTADA EM ADOLESCENTES: UM INQUÉRITO DE BASE ESCOLAR
GABRIEL PEREIRA MACIEL - UECE, VICTOR HUGO SANTOS DE CASTRO - UECE, IRANEIDE ETELVINA LOPES - UECE, JANIEL FERREIRA FELÍCIO - UECE, LAÉCIO DE LIMA ARAUJO - UECE; UESPI, WALLINGSON MICHAEL GONÇALVES PEREIRA - UECE, KELLYANE MUNICK RODRIGUES SOARES - UECE, ISABELA NATASHA PINHEIRO TEIXEIRA - UECE, VALTER CORDEIRO BARBOSA FILHO - UECE; IFCE


Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 afetou a saúde de todos de diversas formas. Entre elas, os adolescentes também sofreram as consequências subjetivas e objetivas nos diferentes aspectos da saúde física, emocional, social e cognitiva, as quais podem prejudicar indicadores de saúde mental, como a autopercepção de saúde (APS). Estudos contemplando esta temática são escassos.

Objetivos
Analisar a associação entre a percepção de ameaça da pandemia de COVID-19 e a APS em adolescentes.

Metodologia
Estudo transversal e de base escolar, realizado com uma amostra representativa dos adolescentes do ensino médio integrado da rede federal do Ceará. Seguiu as recomendações do check-list STROBE para resumos. Os dados foram coletados através de questionário online, de agosto a outubro de 2021. Instrumento padronizado e validado foi utilizado para avaliar a APS (negativa/positiva) e a exposição foi os escores de Ameaça Percebida do Coronavírus (6-42), categorizada por tercis, 1º tercil (6-23), 2º tercil (24-31) e 3º tercil (32-42). Estimou-se o odds ratio e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (OR, IC 95%) em regressões logísticas, considerando um nível de significância de 5%.

Resultados
A amostra foi composta por 1.303 adolescentes de 16,3±1,1 anos, 50,9% meninas. Verificou-se que a prevalência de APS negativa foi de 49,7%. Na análise bruta observou-se uma associação significativa apenas entre uma maior preocupação com a pandemia (3º tercil) e a percepção negativa de saúde (OR=1,53, IC=1,17; 1,99, p=0,002). No entanto, na análise ajustada por variáveis sociodemográficas (sexo, idade e escolaridade do chefe da família) e comportamentos de saúde (prática de atividade física, comportamento sedentário e tempo de sono), essa relação passou a não apresentar significância (p=0,07).

Conclusões/Considerações
Dessa forma, observou-se que durante a pandemia de COVID-19 houve uma alta prevalência de adolescentes que classificaram de forma negativa sua saúde, mas que essa percepção não difere entre os indivíduos mais e menos ameaçados pela pandemia. Sendo assim, destaca-se a necessidade de uma abordagem voltada a este público, em um contexto pós-pandemia, a fim de minimizar as consequências e evitar que elas sejam levadas para a vida adulta.