Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

39645 - PSICOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, DESMONTES E COVID-19: O COLAPSO DA SAÚDE MENTAL EM EFEITO DOMINÓ
BIANCA TRIBÉSS - UFSC, PAULA MARCANTONIO SCAIM - ESP FLORIANÓPOLIS


Período de Realização
Agosto de 2019 a dezembro de 2020


Objeto da experiência
A prática supervisionada em psicologia na Atenção Primária à Saúde na transição do modelo de atenção, concomitante, ao início da Pandemia da COVID 19.

Objetivos
Refletir sobre os desafios e possibilidades da atuação das psicólogas na Atenção Primária à Saúde diante das crescentes ameaças às políticas públicas de saúde mental e da pandemia pelo COVID-19.

Metodologia
A metodologia foi qualitativa e descritiva, sendo as reflexões resultado de supervisões acadêmicas e de campo durante um estágio curricular da graduação de Psicologia. Tem como instrumento o diário de campo construído a partir de anotações, comentários e reflexões no acompanhamento do cotidiano de trabalho de uma psicóloga da Atenção Primaria à Saúde em um contexto de alta demanda de atendimento à população em vulnerabilidade social, localizado em uma capital do sul do Brasil.

Resultados
Com desfinanciamento dos Núcleos Ampliados de Saúde da Família e o subfinanciamento da Rede de Atenção Psicossocial, o que vinha sendo conquistado encontra-se precarizado. Ainda a chegada da pandemia da COVID 19 marca a impossibilidade das atividades coletivas presenciais resultando em isolamento social, ou seja, a exclusão dos mais vulnerabilizados aos cuidados em saúde mental. Na resistência deste modelo, os recursos tecnológicos possibilitam encontros múltiplos na tentativa de garantir direitos.

Análise Crítica
O SUS é o locus fundamental em acolher adoecimentos gerados pelos sofrimentos psíquicos da população e, mesmo com lacunas, tem enorme potencial para cumprir seus princípios. As políticas atuais de saúde mental se direcionam para a lógica ambulatorial, dando pistas de que a atuação do psicólogo se torna ineficiente caso não se reinvente. Os modelos privatizantes miram os recursos do SUS desmontando os pressupostos da Reforma Sanitária e Psiquiátrica ao transformar a saúde mental em mercadoria.

Conclusões e/ou Recomendações
As práticas de saúde mental no SUS sempre tiveram inúmeros desafios, todavia com as novas políticas e a pandemia foram intensificados. A psicologia precisa resistir em estar nos territórios diminuído o abismo de acesso à saúde mental. Espera-se que a temática saia dos discursos de psicólogos e passe a ser pertinente a todas as categorias da saúde, demonstrando que a resistência vem dos próprios trabalhadores e usuários através de micropoliticas potentes.