SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
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39511 - A PANDEMIA DO ESGOTAMENTO: VIVÊNCIAS DE MULHERES-DOCENTES E O TRABALHO/ENSINO REMOTO NA UNIVERSIDADE JEANINE PACHECO MOREIRA BARBOSA - UFES, RITA DE CÁSSIA DUARTE LIMA - UFES, YAZARENI JOSÉ MERCADANTE URQUÍA - UFES, MARIA ANGÉLICA CARVALHO ANDRADE - UFES
Apresentação/Introdução A sobrecarga feminina e o reforço da crise de cuidado gerada pelas relações entre capitalismo e dominação de gênero corroboram a naturalização e subalternização do papel da mulher. No contexto da docência na pandemia, torna-se imprescindível considerar a superposição entre trabalho reprodutivo e produtivo na perpetuação dos mecanismos de exploração das mulheres.
Objetivos Problematizar as vivências de mulheres-docentes, desde uma análise interseccional e dos estudos feministas, a fim de expor as desigualdades estruturais na docência universitária, acentuadas pela pandemia.
Metodologia Estudo qualitativo, realizado a partir da pesquisa “Percepções Sobre o Trabalho/Ensino Remoto e Saúde na Pandemia” no período de maio a abril de 2021 com 642 docentes universitários, sendo mais da metade mulheres. Os dados foram desagregados por gênero e raça/cor, analisados desde uma perspectiva interseccional em diálogo constante com as teorias feministas que discutem a igualdade a partir da diferença. Tomando a pandemia como acontecimento, a fim de expor desigualdades estruturais vivenciadas na docência universitária e invisibilizadas pela sociedade, problematizamos as vivências expressas, buscando desestabilizar práticas instituídas, desvelando não ditos.
Resultados Evidenciam-se as intersecções envolvidas no cotidiano de diferentes mulheres-docentes, destacando o sofrimento e o adoecimento gerados pelo trabalho reprodutivo, desvalorizado e invisibilizado. São as mulheres, principalmente as de família monoparental, que gerenciam a casa e cuidam de crianças, idosos e pessoas adoentadas. O cuidado entendido como um trabalho reprodutivo feminino nega às mulheres o direito à autoproteção, submetendo-as a jornadas múltiplas. Nesse contexto da pandemia do esgotamento, do desemprego e do cansaço físico e mental, reivindica-se uma igualdade na diferença entre o sujeito mulher e sua condição de mulher; entre mulheres; e entre homens e mulheres.
Conclusões/Considerações O exercício da docência na Educação Superior durante a pandemia revela matizes que são peculiares quando observados pela perspectiva feminista. Esta pesquisa evidencia as iniquidades vivenciadas pelas mulheres e possibilita a escuta de muitas reivindicações e denúncias. Por conseguinte, possui grande relevância no fortalecimento dos esforços de prevenção, resposta e recuperação de mulheres-docentes em situação de vulnerabilidade na universidade.
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