SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
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39198 - ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19 ENTRE OS GUARANI MBYA NA TERRA INDÍGENA JARAGUÁ, NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: DESAFIOS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL. ADALTO ALFREDO PONTES FILHO - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, AMANDA MAYUMI FERREIRA MATSUYAMA - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, EDNA GONÇALVES RODRIGUES - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, JAQUELINE RODRIGUES DA SILVA - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, JACIARA AUGUSTO MARTIM - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, LUCIA APARECIDA FERREIRA DA SILVA - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO, POTY PORAN TURIBA CARLOS - UBS ALDEIA JARAGUÁ - KWARAY DJEKUPÉ - SPDM PAIS/SMS SÃO PAULO
Período de Realização As ações foram desenvolvidas de abril a setembro de 2020, período do primeiro pico epidêmico local.
Objeto da experiência Tem-se por objeto as estratégias e ações desenvolvidas pela equipe de saúde indígena local durante a pandemia de COVID-19.
Objetivos 1. Realizar busca ativa dos casos e monitorá-los por meio de instrumento próprio;
2. Organizar espaço para isolamento e tratamento dos pacientes positivos;
3. Desenvolver campanha informativa, com material gráfico em guarani;
4. Fornecer máscaras, sabão e álcool em gel nas visitas domiciliares.
Metodologia As ações foram planejadas em reuniões virtuais da equipe de saúde com a gestão da UBS. Definiu-se três frentes de trabalho:
(a) adaptação do Centro de Educação e Cultura Indígena (CECI) do Jaraguá para receber os pacientes com diagnóstico confirmado de COVID-19;
(b) monitoramento em domicílio por 14 dias dos pacientes sintomáticos respiratórios ainda sem diagnóstico confirmado para COVID-19;
(c) elaboração e distribuição de materiais informativos em guarani e itens como álcool em gel e máscaras.
Resultados Observou-se maior conhecimento da comunidade sobre a COVID-19, bem como maior adesão ao uso de máscaras e medidas de isolamento e distanciamento. O espaço destinado para o isolamento abrigou ao longo do período cerca de 80 pessoas com diagnóstico de COVID-19, e cerca de 300 pacientes sintomáticos respiratórios foram monitorados em domicílio. Apenas um paciente foi hospitalizado por piora do quadro clínico. Todas as famílias receberam kits informativos, com folhetos, álcool em gel e máscaras.
Análise Crítica A reorganização da equipe, a articulação das lideranças junto ao governo e a adesão da comunidade às medidas de prevenção foram peça chave da estratégia traçada. No entanto, parte da comunidade não via a COVID-19 como uma doença potencialmente grave, enquanto outros adotaram mais prontamente às medidas de prevenção, provocando embates internos. A imposição do isolamento social estava em constante conflito com a rotina da vida comunitária de refeições coletivas e rituais e rezas em grupo.
Conclusões e/ou Recomendações A rápida articulação no combate à pandemia obteve bons resultados, com a estruturação de recursos essenciais para o desenvolvimento das ações de vigilância em saúde. O trabalho integrado entre equipe-gestão-comunidade permitiu a experimentação de novas formas de organizar o trabalho neste contexto da APS. Refletir e discutir sobre o trabalho realizado neste período tem levado a equipe a pensar novos arranjos no cuidado em saúde local.
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