Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

39119 - FATORES ASSOCIADOS A TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO CONTEXTO PANDEMIA DA COVID-19 NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
JAMILI JOANA DE MELO CALIXTO - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ, ANDRÉA TENÓRIO CORREIA DA SILVA - FACULDADE DE MEDICINA DE JUNDIAÍ, FASM E UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


Apresentação/Introdução
Durante pandemia da COVID-19, os trabalhadores da atenção primária estiveram expostos a novos estressores no trabalho, como lidar com um novo agente etiológico, protocolos de cuidado que mudavam frequentemente, medo de infectar-se e infectar seus colegas e parentes. Os agentes comunitários de saúde (ACSs) exerceram um papel fundamental no cuidado da população no contexto da pandemia da COVID-19.

Objetivos
estimar a ocorrência de transtornos mentais comuns (TMC) em ACSs em uma região do município de São Paulo, um dos epicentros mundiais da pandemia e investigar fatores relacionados ao contexto da pandemia e suas associados aos TMC.

Metodologia
foram analisados os dados da linha de base do estudo longitudinal The COVID-19 healthcare workers. Participaram do estudo 177 agentes comunitários de saúde de uma região do município de São Paulo. Foi utilizado o questionário General Health Questionnaire-12 para analisar TMC. Aqueles com escore maior ou igual a 3 foram considerados casos. As variáveis investigadas foram características sociodemográficas, acesso à equipamento de proteção individual (EPI), e exposição à discriminação, violência e conflito com familiares de usuários no contexto da pandemia da COVID-19. Foi realizada análise bivariada e multivariada (regressão de Poisson com variância robusta) para investigar as associações

Resultados
A frequência de TMC em ACSs foi de 49,7%. O acesso insuficiente a EPI foi referida por 45% dos participantes e 59,3% reportaram ter sofrido pelo menos um tipo de violência. A análise multivariada mostrou maior risco de TMC nos participantes que reportaram acesso insuficiente a EPI (razão de prevalência-RP- 1,77; intervalo de confiança -IC 95% 1,24-2,52), assim como, aqueles ACSs que referiram ter sofrido discriminação/violência/conflito (RP 2,08; IC95% 1,48-2,94). O modelo final foi ajustado por sexo, idade e cor da pele.

Conclusões/Considerações
O acesso insuficiente a EPI e a exposição à violência são fatores de exposição para os quais devem ser pensadas ações. Estratégias que auxiliem na padronização dos fluxo de assistência, campanhas para esclarecimento de notícias falsas, ações para coibir a divulgação dessas notícias podem contribuir para reduzir os episódios de violência contra trabalhadores de saúde e suas consequências sobre a saúde mental e a qualidade do trabalho.