Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

39080 - PERCEPÇÃO DE RISCO FRENTE A PANDEMIA DE COVID-19 ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE BRASILEIROS: UM ESTUDO TRANSVERSAL
LAURA ARAUJO - UNESP, JOANA MURAGUTI GRIESI - UNESP, MELISSA SPRÖESSER ALONSO - UNESP, JOÃO MARCOS BERNARDES - UNESP, ADRIANO DIAS - UNESP


Apresentação/Introdução
A análise da percepção de risco é uma ferramenta importante durante eventos em saúde, ainda mais em uma pandemia. A aderência às medidas preventivas está associada à percepção de risco, de forma que quanto mais alta for a percepção de risco maior será o nível de adesão. Assim, acredita-se que o conhecimento sobre a percepção de risco permitiria aperfeiçoar as estratégias de comunicação em saúde.

Objetivos
Desse modo, os objetivos do presente estudo foram: (1) estimar a percepção de risco acerca da COVID-19 entre trabalhadores da saúde no Brasil; (2) investigar fatores associados à percepção de risco entre os mesmos.

Metodologia
Este é um estudo transversal, cujos critérios de inclusão foram: ser profissional de saúde, ter mais de 18 anos e residir no Brasil. O recrutamento dos participantes se deu via e-mails de grupos, redes sociais e mídia tradicional e a obtenção dos dados foi feita por um questionário online. Foram obtidas informações sobre a percepção de risco, adesão às medidas preventivas, características sociodemográficas, ocupacionais, relativas ao senso de coerência e ao conhecimento acerca da Covid-19. A percepção de risco foi avaliada por 9 questões, cujas respostas eram graduadas de 1 a 10 pontos. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e de modelos de regressão logística.

Resultados
Participaram do estudo 1.872 profissionais de saúde. A pontuação média da percepção de risco foi de 58,61 pontos (desvio padrão de 9,82), sendo que o escore máximo era de 90 pontos. Não houve diferença entre profissionais de saúde que atuavam na assistência à saúde e os que não o faziam. Estado civil separado, possuir doença crônica, se informar por mais de 1 hora por dia acerca da Covid-19 e sempre/quase sempre usar máscara independentemente de sintomas, estiveram associados positivamente à percepção de risco. Além disso, o senso de coerência e o fato de não saber se entrou em contato eventual e casual com casos confirmados de Covid-19 estiveram inversamente associados à percepção de risco.

Conclusões/Considerações
A comunicação em saúde durante um evento pandêmico deve levar em consideração a percepção de risco, tendo em vista que a aderência a uma das principais medidas de prevenção esteve associada positivamente a este fator. Contudo, visto que já foi identificada uma associação positiva entre a percepção de risco e sintomas de depressão, ansiedade e estresse é necessário encontrar um ponto de equilíbrio, que pode ser mediado pelo senso de coerência.