SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)
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38619 - TRAJETÓRIA DE DIMINUIÇÃO DA SOLIDÃO ENTRE ADULTOS BRASILEIROS MAIS VELHOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: ELSI-BRASIL LUCIANA DE SOUZA BRAGA - UFMG, BRUNO DE SOUZA MOREIRA - NESPE, JULIANA LUSTOSA TORRES - UFMG, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, ANNA CAROLINA LUSTOSA LIMA - NESPE, CAMILA TEIXEIRA VAZ - UFSJ, ELAINE LEANDRO MACHADO - UFMG, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - UFMG, CLEUSA PINHEIRO FERRI - UNIFESP, JULIANA VAZ DE MELO MAMBRINI - FIOCRUZ-MINAS
Apresentação/Introdução A solidão é um problema de saúde pública, definida como o sentimento subjetivo negativo que resulta da discrepância entre as conexões sociais desejadas e as reais. Em alguns países de alta renda, as restrições sociais impostas pela COVID-19 durante os primeiros meses da pandemia aumentaram os níveis de solidão entre adultos mais velhos. Dados de países de baixa e média renda são escassos.
Objetivos Estimar a prevalência de solidão entre brasileiros com 50 anos e mais (adultos mais velhos) nos primeiros sete meses da pandemia de COVID-19 e identificar os preditores das trajetórias de solidão.
Metodologia Dados provenientes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), representativo dos indivíduos com 50 anos ou mais. Dados pré-pandemia obtidos por entrevista presencial, entre agosto/2019 e março/2020. Dados do período pandêmico coletados entre maio e outubro/2020, a partir de três rodadas de entrevistas telefônicas. A solidão foi medida pela pergunta “Com que frequência você se sente sozinho/solitário?” e uma medida dicotômica (solitário vs não solitário) foi utilizada. As variáveis explicativas incluíram depressão, morar sozinho, sair de casa na última semana e conexão virtual no último mês. Análises realizadas por meio da regressão logística de efeitos mistos.
Resultados 5.108 participantes foram incluídos na análise. Ao longo do tempo, a prevalência de solidão apresentou uma trajetória descendente: a prevalência de 33,1% (IC 95% 29,4-36,8) no período pré-pandemia foi superior ao período pandêmico (rodada 1: 23,6%; IC 95% 20,6-26,9; rodada 2: 20,5%; IC 95% 17,8-23,5%; rodada 3: 20,6%; IC 95% 17,1-24,6). Foi evidenciada interação significativa (p<0,05) apenas entre depressão e tempo, indicando que a depressão foi o único preditor da trajetória de solidão. Participantes com depressão apresentaram maior redução nos níveis de solidão.
Conclusões/Considerações Embora os níveis de solidão no Brasil tenham diminuído durante a pandemia, confirmando achados transversais anteriores, esse padrão não está presente para todos os idosos. Aqueles indivíduos com depressão tiveram uma redução mais significativa, provavelmente por se sentirem mais próximos dos membros de suas redes sociais durante as recomendações de permanência em casa.
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