Sessão Assíncrona


SA5.1 - ENFRENTAMENTO À PANDEMIA DE COVID-19 E SEUS IMPACTOS (TODOS OS DIAS)

38384 - FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO ASSOCIADOS À QUALIDADE DE VIDA E O CONTEXTO FAMILIAR DE CRIANÇAS BRASILEIRAS DURANTE DISTANCIAMENTO SOCIAL DA COVID-19
TAINÁ RIBAS MÉLO - UFPR, LUIZE BUENO DE ARAUJO - UFPR, MARCOS CLAUDIO SIGNORELLI - UFPR, VERA LÚCIA ISRAEL - UFPR


Apresentação/Introdução
Durante a pandemia de Covid-19 e a necessidade de serem adotadas medidas de distanciamento social, o contexto familiar foi alterado, com possíveis repercussões sobre a qualidade de vida (QV) de todas as pessoas, especialmente as crianças.

Objetivos
Investigar os fatores de risco e de proteção associados à QV e contexto familiar de crianças brasileiras de 0 a 12 anos, em momento de ápice de distanciamento social devido a pandemia de COVID-19, numa perspectiva biopsicossocial.

Metodologia
Estudo observacional, transversal, como parte da pesquisa #CRIANCAEMCASA (CAAE: 32679520.4.0000.0102), com cuidadores de crianças brasileiras, que responderam à pesquisa online no período de julho a setembro de 2020, incluindo questionário para identificação de fatores do contexto familiar associados à QV e Inventário Pediátrico sobre Qualidade de vida (PedsQL™), de acordo com faixas etárias (0-12, 13-23 meses, 2-4, 5-7, 8-12 anos e de 0-12 anos). Os escores de QV foram categorizados em baixo, médio e alto. Os dados foram analisados por meio de regressão logística multinomial para identificação das associações (risco/proteção) entre fatores contextuais e QV.

Resultados
849 respostas, região Sul (75%), com crianças brancas (83%), típicas (79%) sedentárias (68%), uso de telas (85%) em tempo >3h/dia (44%), com mães como cuidadoras principais (90%), em famílias com renda de 2-5 salários-mínimos (SM) (29%), ≤ 2 SM (25%) e de 5-10 SM (24%). Pela PedsQL™, o Sumário de Saúde Física (85±16) foi maior que o Psicossocial (73±20) e 16% da amostra apresentou escore total “baixo”. Fatores de proteção associados (p<0,05) a escore “alto” de QV foram: saúde típica da criança, tela ≤2h/dia, distanciamento social “fácil” (p<0,01), a criança receber estímulo (p=0,03). Como fator de risco identificou-se um tempo baixo (<3±3h/dia) de cuidado paterno (p=0,01).

Conclusões/Considerações
pode-se perceber que, na pandemia, a QV das crianças esteve positivamente associada com uma saúde típica, recebimento de estímulos, interações pessoais e menor tempo de tela. Chama a atenção ao cuidado predominantemente materno e ao risco pelo tempo baixo de interação com o pai. O que ressalta a necessidade de ações que contemplem a proteção de crianças brasileiras.