Sessão Assíncrona


SA4.3 - DESAFIO E ESTRATÉGIAS PARA O DIREITO À SAÚDE EM CONTEXTOS DE CRISE (TODOS OS DIAS)

41950 - AÇÃO EDUCATIVA NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: CONSTRUINDO ESPAÇOS DE REFLEXÃO SOBRE REABILITAÇÃO, ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E DIREITOS HUMANOS
ANDREZA PEREIRA RODRIGUES - EEAN/UFRJ, RACHEL FERREIRA SAVARY FIGUEIRÓ - EEAN/UFRJ


Período de Realização
Experiência realizada no contexto de uma disciplina do Curso de Enfermagem no mês de maio/2022.


Objeto da experiência
Ação educativa realizada por discentes com pessoas cegas ou com baixa visão e seus familiares em uma ONG centenária no Rio de Janeiro.


Objetivos
Estimular os discentes a desenvolverem práticas profissionais engajadas no contexto da atenção a pessoas com deficiência. Planejar e desenvolver ação educativa pautada nos valores de acessibilidade, inclusão e direitos humanos.

Metodologia
Um grupo de 32 discentes planejou ação educativa em uma ONG de apoio a pessoas cegas. Foram dois encontros de planejamento em que o grupo definiu uma abordagem com os usuários e outra com os familiares. Considerando o Diabetes como uma das principais causas da cegueira, o grupo elencou formas de garantir engajamento e compreensão dos participantes em ação coletiva com abordagem do tema. Com os familiares, a abordagem foi quanto à relação familiar e a promoção da autonomia da pessoa cega.

Resultados
Participaram da ação educativa cerca de 20 adultos, que discutiram processo de auto-cuidado, adesão a tratamentos, alimentação, mudanças de estilo de vida; foi realizada dinâmica sensorial quanto ao açúcar nos alimentos. Já na oficina de sensibilização, familiares realizaram atividades do cotidiano, como pentear o cabelo, servir um copo de água e cortar alimentos de olhos vendados. Após este momento discutiu-se como se sentiam quanto à sua autonomia e o reconhecimento das capacidades do outro.

Análise Crítica
No contexto da disciplina que aborda reabilitação no Curso de Enfermagem de uma Universidade pública do Rio de Janeiro, conceitos de acessibilidade, inclusão e direitos humanos ganharam concretude no processo de planejarem e desenvolverem uma ação educativa para pessoas cegas ou com baixa visão e seus familiares. A práxis exigiu um reposicionamento de saberes, de interação com o outro, e promoveu novos olhares para quando voltarem ao seu lugar habitual de cuidado: os serviços de saúde.

Conclusões e/ou Recomendações
A prática docente exige reinvenções metodológicas e de oportunidades para a formação de enfermeiros. A parceria com ONGs se mostra profícua para fortalecer os grupos sociais organizados. Estar fora de um serviço de saúde permite reposicionar o que se nomeia Reabilitação no SUS e favorece engajar o futuro profissional para uma prática cada vez mais inclusiva e pautada nos direitos humanos.