SA4.3 - DESAFIO E ESTRATÉGIAS PARA O DIREITO À SAÚDE EM CONTEXTOS DE CRISE (TODOS OS DIAS)
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38289 - INTERAÇÕES ENTRE ATENÇÃO BÁSICA E MOVIMENTOS POPULARES EM UM BAIRRO DO RECIFE NO CONTEXTO DA COVID-19. HANNAH SHIVA LUDGERO FARIAS - ENSP, EDUARDO ALVES MELO - ENSP
Apresentação/Introdução A pandemia da Covid-19 trouxe consigo a necessidade de refletir sobre as medidas divulgadas para mitigação do vírus, em um país marcado por desigualdades, como o Brasil, no qual algumas orientações tiveram implementação dificultada. Nesse sentido buscamos refletir sobre o potencial existente na interação entre a APS e movimentos locais considerando a capilaridade territorial da ESF brasileira
Objetivos Analisar a relação entre Atenção Primária à Saúde e atores locais de um bairro da zona sul da cidade do Recife/PE no contexto da pandemia de covid-19
Metodologia Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa, tendo como estratégia principal o uso de entrevistas com atores-chave. A pesquisa contou com dez participantes, sendo 6 trabalhadoras da saúde e 4 atores locais. Os conceitos da Educação Popular em Saúde, Território e Participação Popular orientaram de modo principal a análise dos resultados. A pesquisa obedeceu aos preceitos éticos da resolução 466/12 ou 510/16 do Conselho Nacional de Saúde.
Resultados Percebeu-se uma atuação importante tanto de trabalhadores da APS quanto de atores locais objetivando a mitigação do coronavírus no território, por meio de iniciativas e inovações sociais e organizacionais. Porém, observou-se frágil interação entre tais atores territoriais. É provável que as novas demandas trazidas com a chegada de um vírus desconhecido tenham interferido nessa construção, assim como a falta de interesse em dialogar com outras perspectivas ou que as demandas mais urgentes fecharam os caminhos de uma construção compartilhada. A baixa interação já antes da pandemia no território pode ainda ter influenciado tal situação.
Conclusões/Considerações Os resultados desse estudo não são animadores, porém, eles surgem para nós como um convite para (re)pensar o que tem sido feito. Talvez a pouca interação entre APS e movimentos sociais territoriais nos ensine que ainda falta muito caminho a ser percorrido e nos obrigue também a refletir sobre necessárias mediações entre o discursivo/idealizado e o cotidiano/experimentado.
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