Sessão Assíncrona


SA4.2 - A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA EQUIDADE E DO CUIDADO (TODOS OS DIAS)

43543 - JUSTIÇA REPRODUTIVA PARA QUEM? MORTALIDADE MATERNA E RACISMO NA ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA – ABRINDO CAMINHOS PARA DIÁLOGOS SOCIAIS NA CMRJ
JULIANA CANDIDO PINTO - IMS/UERJ, NILCÉIA NASCIMENTO DE FIGUEIREDO - IMS/UERJ, JANAÍNA TERESA GENTILI FERREIRA DE ARAÚJO - IMS/UERJ, ARIENE RODRIGUES - ONG CRIOLA, BEATRIZ DA CONCEIÇÃO FLORES DA SILVA, FLÁVIA CASCIANO VASCONCELOS - GESTARTE, JOSIANE DE OLIVEIRA NASCIMENTO - UFBA, LOUISE DA SILVA DOS SANTOS MUNIER SILVA - ADOULASRJ, TAYLAINE SANTANA BARBOSA VIEIRA - CMRJ, THAIS FERREIRA - CMRJ


Período de Realização
9 de maio de 2022, até o momento.

Objeto da experiência
Construção de Grupo de Trabalho (GT), em mandato legislativo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, para mapear o racismo na assistência obstétrica.

Objetivos
Mapear questões pertinentes ao racismo obstétrico; criar mecanismos de mudança dessa prática através de pesquisa, denúncia e educação. Queremos inventariar as práticas de racismo obstétrico e seus efeitos, a fim de criar mecanismos políticos que as tornem denunciáveis, judicializáveis e extintas.

Metodologia
Articulando aproximações entre o poder público e o controle social, nos reunimos semanalmente a fim de inventariar os testemunhos de mulheres, que hoje atuam na assistência ao ciclo gravídico puerperal. Usando da pedagogia da experiência, já que as participantes do grupo possuem formações diversas, estamos construindo um dossiê/pesquisa que adote uma política de enfrentamento às práticas racistas, nomeando-as de acordo com os relatos das próprias mulheres aviltadas.

Resultados
Em 30 de maio, a vereadora negra Thais Ferreira conduziu o primeiro debate público, planejado e articulado pelas participantes do GT, que aconteceu no Plenário da Câmara Municipal do Rio, com a representação da ONG Crioula, do Coletivo Negrex, Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras – ABENFORJ, do Instituto de Medicina Social/UERJ, e da Associação de Doulas do Estado do Rio de Janeiro – ADoulasRJ.

Análise Crítica
Cada mulher, trouxe uma perspectiva, segundo o seu lugar de ocupação e prática profissional, mesmo engajadas pelo mesmo tema. A Doula, falou sobre a falta de Justiça Reprodutiva; a Advogada popular, sobre o pacto da branquitude e sua política de morte aos negra/os; a Médica evidencia que mulheres negras acessam a menos consultas de pré-natal; a Pesquisadora sobre o movimento de retorno ao parto natural, o que mulheres negras nunca acessaram, e a Enfermeira denunciou o desmonte da Rede Cegonha.

Conclusões e/ou Recomendações
Das medidas para desdobramentos futuros, está sendo articulada uma carta compromisso ao Prefeito da cidade relatando as demandas em relação a pauta. Agenda de visita nas unidades de assistência obstétrica; dossiê sobre o tema; projetos de novas casas de parto; mobilização de grupo de mães; atualização das unidades de saúde; mobilização para um debate público sobre racismo na assistência ginecológica e obstétrica.