Sessão Assíncrona


SA4.2 - A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA EQUIDADE E DO CUIDADO (TODOS OS DIAS)

41316 - PRÁTICAS DE CUIDADO À JUVENTUDE PERIFÉRICA: SABERES E VIVÊNCIAS DE UM MOVIMENTO DE PRÉ-VESTIBULAR E EDUCAÇÃO POPULAR
THAYNÁ DE OLIVEIRA MOREIRA RODRIGUES - ISC/UFF, SÔNIA MARIA DANTAS BERGER - ISC/UFF


Apresentação/Introdução
O pré-vestibular popular, ao ir além do vestibular, lida com pautas que relacionam-se com o projeto vida da juventude periférica. Assim, os saberes/experiências destes espaços podem constituir-se em práticas de cuidado que possibilitem uma vivência plena desses sujeitos em sociedade, promovendo os sentidos/significados que permitem apreender a saúde sob a compreensão do direito de Ser do indivíduo.

Objetivos
Investigar a percepção do coordenador-educador da Rede emancipa (CERE) sobre a juventude periférica (JP) e a relação com o seu projeto de vida (PV) e o pré-vestibular popular (PVP).

Metodologia
Estudo de natureza qualitativa pelo método dialético. O cenário desta pesquisa é o PVP da Rede emancipa, localizado no município de São Gonçalo, no estado do Rio de janeiro. A pandemia da COVID-19 trouxe a necessidade de adaptação e construção de alternativas tanto para a continuidade das atividades do PVP como para a execução desta pesquisa que precisou redefinir os participantes e as estratégias para a coleta de dados. Assim, foram realizadas entrevistas semiestruturadas no período entre novembro e dezembro de 2021, por meio de plataforma de videochamada, com seis coordenadores-educadores de atividades centrais, a saber: quatro polos de PVP e o Núcleo de Apoio ao Estudante (NAE).

Resultados
Na percepção do CERE, a JP vivencia uma trajetória de vida marcada por dificuldades de acesso a direitos essenciais que limitam as suas possibilidades de escolha. Eles veem na educação uma oportunidade de transformar sua realidade. Porém, esta escolha é atravessada pela necessidade de lidar com a sua realidade social de trabalho, território, condições sociais, financeiras, raciais, territoriais e de educação pública, que lhe exige adequar as suas expectativas e impacta em sua autoestima. Nesta dinâmica, é construído no PVP com a JP, por meio dos círculos, do NAE, da solidariedade ativa a ideia da necessidade de estratégias coletivas de compreensão e enfrentamento da realidade social.

Conclusões/Considerações
Em análise inicial, percebe-se que as práticas do PVP, norteadas pela Educação popular, constituem-se em práticas de cuidado ao encarar a complexidade social como seu ponto de partida e compreender o seu papel na contribuição de uma vida decente, que não se restringe a uma prática técnica determinada pela ciência, mas é um compromisso de apoio, que oferece novos suportes aos indivíduos para que possam compor seu próprio caminho de vida.