Sessão Assíncrona


SA4.1 - PARTICIPAÇÃO, CONTROLE SOCIAL E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

41366 - A REFORMA PSIQUIÁTRICA NO BRASIL E A GERAÇÃO DE ESPAÇOS DE REPRESENTAÇÃO: MATRICIAMENTO E PROCESSOS DE AGENCIAMENTO DA FALA
MARÍLIA MARTINS DE ARAUJO REIS - UFSB/ UNEB, SANDRA ADRIANA NEVES NUNES - UFSB


Apresentação/Introdução
Reflexões sobre o papel do movimento da Reforma Psiquiátrica na geração de espaços de representação dos indivíduos com transtornos mentais são relevantes para a Saúde Mental, cujos retrocessos nos modos de cuidado inspiram esta breve discussão sobre espaços de representação do louco. O Matriciamento oportunizou-lhe um novo lugar de fala, sugerindo-se a necessidade de fortalecer tal prática.

Objetivos
Discutir sobre os espaços de representação do louco, dos quais o Matriciamento ou Apoio Matricial, que possibilitado pelos movimentos antimanicomiais, oportunizou um novo lugar de fala para usuários, profissionais em seus territórios.

Metodologia
Realizou-se uma breve pesquisa bibliográfica para fundamentação do diálogo sobre o tema, em livros impressos e plataformas virtuais de pesquisa. O artigo foi elaborado no ano de 2019, durante o curso de Mestrado Interdisciplinar em Estado e Sociedade - UFSB/ PPGES.

Resultados
A Saúde Mental no Brasil sugere a necessidade de desenvolver reflexões sobre o papel do movimento da Reforma Psiquiátrica (RP) na geração de espaços de representação dos indivíduos com transtornos mentais, visto o retrocesso nas formas de cuidado advindos da Nota Técnica Nᵒ 11/ 2019. O Matriciamento abre portas para um novo lugar de fala, com construção coletiva do processo de cuidado em rede, nos territórios e participação de usuários. Abordou-se questões como a relação entre o movimento social enquanto elemento impulsionador da RP e facilitador de novos espaços de fala para esta população invisibilizada, dialogando-se com autores como Amarante et ali (2008), Arbex (2013) e Honnet (1992).

Conclusões/Considerações
Sugere-se a necessidade de fortalecer o Matriciamento, que corresponsabiliza o cuidado de pessoas com transtornos mentais, no sentido de afirmar os usuários e opor-se àquelas que violaram por décadas os direitos das pessoas com transtornos mentais. Ressalta-se a importância de garantir e afirmar os direitos adquiridos com a Reforma Psiquiátrica Brasileira, e o direito à participação social nas decisões que envolvam estes sujeitos de direitos.