Sessão Assíncrona


SA4.1 - PARTICIPAÇÃO, CONTROLE SOCIAL E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE (TODOS OS DIAS)

40832 - VOZES PLURAIS GRITANDO LIBERDADE AINDA QUE TAM-TAM: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE OCUPAR AS RUAS DE BELO HORIZONTE EM 18 DE MAIO DE 2022
AMANDA BARBOSA VEIGA DOS SANTOS - UFMG


Período de Realização
18 de maio de 2022, em Belo Horizonte/MG, Brasil.

Objeto da experiência
Participação do cortejo político e cultural do Dia Nacional da Luta Antimanicomial realizado pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental em Belo Horizonte.



Objetivos
Relatar, divulgar e informar sobre a iniciativa de promoção ao debate em saúde mental construído pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental, instituições de saúde, grupos e cidadãos, que realizaram o cortejo, o qual teve como tema “Desmascarando a Hipocrisia: Loucura é Verso, Liberdade, Poesia”.

Metodologia
O evento ocorreu no dia 18 de maio de 2022, teve a participação da escola de samba Liberdade Ainda que Tam-Tam, usuários dos serviços de saúde mental do município de Belo Horizonte e das cidades metropolitanas, discentes, profissionais de saúde, ativistas da luta antimanicomial e demais. O cortejo percorreu algumas das principais avenidas de Belo Horizonte, iniciou às 14 horas e finalizou em torno das 19 horas. No percurso, ocorreram performances, reivindicações, denúncias, samba no pé e folia.



Resultados
Ocupar as ruas, entoar vozes plurais, movimentar corpos e denunciar políticas de exclusão foram utilizados como estratégia contra práticas genocidas. Uma aula sobre cidadania e de saúde coletiva nas ruas belorizontinas. Todas as vozes ecoando, máscaras coloridas, cartazes com dizeres iminentes de liberdades, reafirmando que podem ser conquistadas festejando. Foi espaço de reivindicação, para tecer redes de apoio e de construção da 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em 2023.

Análise Crítica
O cortejo exibiu um caráter educativo e de potencialidades de construção de projeto coletivo de saúde contra práticas manicomiais. Corpos esses que, somando-se pela luta, formaram uma multidão nas ruas. É fundamental colocar o bloco na rua pelo direito de viver sem manicômios e pela liberdade de expressão. Foram dois anos sem manifestações presenciais. Nestes, perdemos mais de 660 mil cidadãos devido às práticas de necropolíticas adotadas no Brasil na crise sanitária da COVID-19

Conclusões e/ou Recomendações
As vozes plurais, que construíram o 18 de maio de 2022, denunciaram os projetos políticos, que retrocedem os avanços nas lutas democráticas pelo direito à manifestação, ao acesso à saúde de qualidade, ao lazer e à liberdade. Reivindicam o direito ao cortejo e repudiam as atitudes defendidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Conselho Regional de Medicina (CRM) no trato das políticas sanitárias adotadas na pandemia da COVID-19.