Comunicação Coordenada

23/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC4.3 - ENTRE AS LEIS E O PROTAGONISMO: REFLEXÕS SOBRE A CONSTRUÇÃO DO DIREITO À SAÚDE

39290 - A PARTICIPAÇÃO SOCIAL DAS MULHERES AFETADAS PELA HANSENÍASE NO BRASIL.
PAULA - ENF-UERJ E ENSP-FIOCRUZ, PATRÍCIA GONÇALVES SOARES - MORHAN, FRANCILENE MESQUITA - MORHAN, SUERLI CARVALHO COSTA - MORHAN, NANDA ISELE GALLAS DUARTE - MORHAN, LUCIMAR BATISTA - MORHAN, MARLY MARQUES DA CRUZ - ENSP-FIOCRUZ, KATIA MARIA BRAGA EDMUNDO - UNESA-RJ


Apresentação/Introdução
O estigma e a discriminação estrutural são desafios para a participação e implementação de direitos das pessoas afetadas pela doença e seus familiares, especialmente das mulheres. As desigualdades sociais e identidades opressoras interferem no acesso aos direitos fundamentais por mulheres afetadas pela hanseníase. A participação social contribui para o empoderamento feminino e defesa de direitos.

Objetivos
Reconhecer a trajetória de participação social das mulheres no Movimento de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

Metodologia
Trata-se de um estudo de caso, no qual a unidade de análise foi o Departamento de Políticas para Mulheres do Morhan. Para análise documental foram coletadas 63 edições do Jornal do Morhan e 14 lives do EAD do Morhan. Foram entrevistados 11 membros da organização (8 mulheres e 3 homens), todos em situação de liderança e selecionados através da técnica bola de neve. A sistematização das informações utilizou o software MAXQDA. A análise considerou como categorias a equidade e a participação democrática. O contexto sócio-histórico foi utilizado para apoiar a compreensão dos fatores facilitadores e limitantes da participação na organização

Resultados
Há 40 anos as mulheres compõem o quadro do Morhan, contudo as questões de gênero não eram abordadas. Inicialmente, as situações-problema tratavam dos efeitos da talidomida ou da separação dos filhos, como consequência do isolamento compulsório. A participação das mulheres acontecia, principalmente, a nível local. A instituição foi gerida apenas duas vezes por mulheres a nível nacional. Em 2018, a criação de um departamento específico oportunizou a implementação de atividades de mobilização e capacitação deste grupo para ações de apoio mútuo e defesa de direitos durante a pandemia de covid-19, a exemplo do I encontro internacional de mulheres e meninas sobre hanseníase e o direito à saúde.

Conclusões/Considerações
A crescente participação das mulheres atingidas pela hanseníase resultou de intervenções para equidade e participação democrática, na defesa e implementação de direitos humanos fundamentais. Recomenda-se a ampliação do debate pelo Morhan e de intervenções que considerem os cruzamentos entre racismo, sexismo, pobreza, hanseníase e pessoas atingidas.