Sessão Assíncrona


SA3.39 - DESAFIOS DO ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA (TODOS OS DIAS)

40778 - MORBIMORTALIDADE POR AGRESSÕES NO BRASIL NO PERÍODO DE 2010-2020: UMA ANÁLISE DA TENDÊNCIA TEMPORAL
MARIZÂNGELA LISSANDRA DE OLIVEIRA SANTIAGO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, FERNANDO VIRGÍLIO ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, CECÍLIA REGINA SOUSA DO VALE - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, RENATA ADELE DE LIMA NUNES - PERÍCIA FORENSE DO CEARÁ - PEFOCE, TAMIRES FEITOSA DE LIMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, FRANCISCO THIAGO CARNEIRO SENA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, MABELL KALLYNE MELO BESERRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, LYDIA MENESES DE MOURA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, RAIMUNDA HERMELINDA MAIA MACENA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC


Apresentação/Introdução
As agressões são responsáveis por altas taxas de mortalidade e ferimentos no Brasil, levando a mortes prematuras e elevados custos por internação e reabilitação hospitalares. Seu impacto é mais evidente no perfil da mortalidade, dada a alta letalidade no local de ocorrência desse agravo. No entanto, diante de lesões de alta gravidade, faz-se necessário atendimento de saúde, sobretudo hospitalar.

Objetivos
Analisar a tendência temporal da morbidade hospitalar e da mortalidade decorrentes de agressões, no Brasil, no período de 2010 a 2020.

Metodologia
Estudo ecológico de série temporal com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS e do Sistema de Informações sobre Mortalidade, referentes aos óbitos e internações por agressões (CID10 X85-Y09) ocorridos no Brasil, 2010 a 2020. Taxas brutas foram obtidas da projeção da população das Unidades da Federação por sexo e grupos de idade: 2000-2030. A tendência temporal foi calculada pelo modelo de regressão de Poisson utilizando software Joinpoint Regression Program 4.9.0.1, identificando variação percentual anual (APC) e variação percentual anual média (AAPC) e realizando testes de significância estatística. Dispensou-se apreciação por Comitê de Ética, por utilizar dados secundários.

Resultados
Os dados apontam discreto aumento, no período de 2010-2017, das internações hospitalares por agressões [APC = 0,6 (-0,6 – 1,8), p=0,299], assim como da mortalidade pela mesma causa [APC = 1,7 (-0,7 – 4,2), p=0,137], acompanhado de um período de redução significativa de ambos (2017-2020), com APC = -6,2* (-10,4 – -1,8, p=0,014) e APC = -11,5* (-19,5 – -2,6, p=0,020) para internações e óbitos, respectivamente. A tendência de todo o período (2010-2020) foi de redução de ambas, sendo significativa para internações [AAPC = -1,5* (-2,8 - -0,2)], porém não significativa para os óbitos por aquele agravo [AAPC = -2,4 (-5,0 – 0,2)].

Conclusões/Considerações
A análise temporal dos casos de agressões no Brasil aponta que o período de 2010 a 2017 apresentou tendência de aumento para a internação hospitalar e para a mortalidade, enquanto de 2017 a 2020 houve redução para ambos. A redução significativa da mortalidade por agressões no Brasil após o ano de 2017 deve ser lida com cautela, visto que as mortes violentas por causa indeterminada não foram consideradas na análise.