Sessão Assíncrona


SA3.39 - DESAFIOS DO ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA (TODOS OS DIAS)

38907 - AS ESTRATÉGIAS DA SAÚDE DA FAMILIA E DA REDE INTERSETORIAL NO ACOLHIMENTO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA EM UM MUNICIPIO DO EXTREMO SUL DA BAHIA
MATHEUS RIBEIRO DOS SANTOS - UFSB, LINA RODRIGUES DE FARIA - UFSB


Apresentação/Introdução
As violências fazem parte da experiência humana e são reconhecidas pela OMS como um dos principais problemas de saúde pública mundial. No Brasil, desde o ano 2000 a Estratégia Saúde da Família (ESF) ampliou o escopo de ações, com responsabilidades mais abrangentes, como o acolhimento às vítimas de violências, em ações articuladas com a rede municipal intersetorial no suporte também às famílias.

Objetivos
O trabalho tem por objetivo analisar as abordagens e estratégias de prevenção da rede municipal intersetorial e sua atuação junto a ESF no acolhimento às vítimas de violência no Município de Porto Seguro – BA.

Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa e de caráter exploratório, documental e descritivo. Na primeira etapa, realizou-se pesquisa na literatura especializada sobre o tema pesquisado, que subsidiou a elaboração do roteiro. Na segunda etapa, foi realizado o grupo focal para compreensão das percepções dos representantes das instituições (CRAM, CREAS, DEAM, Defensoria Pública, CRAS, Conselhos tutelar, do Idoso, da Saúde e Secretária de Saúde) envolvidos no acolhimento às vítimas de violências no município. Buscou-se também o entendimento das articulações da rede intersetorial às práticas da ESF no território. As interações foram gravadas, transcritas e submetidas a análise de conteúdo de Bardin.

Resultados
Os resultados indicam cinco categorias: 1) Intersetorialidade no acolhimento e atendimento às vítimas de violência; articulações realizadas e dificuldades encontradas (barreiras geográficas, transitoriedade de profissionais/gestão e ausência de integração dos sistemas de informação). 2) Aspectos éticos na abordagem às violências; fragilidade da segurança de dados e aspectos das denúncias de casos. 3) Violência como problema de saúde pública; foco na atuação da ESF e integração com a rede intersetorial. 4) Processos afetivos e emocionais frente às violências; relatos quanto aos sentimentos e humanização dos atores. 5) O impacto da pandemia sobre as violências; aumento das vulnerabilidades.

Conclusões/Considerações
Apesar das iniciativas de cada instituição, a rede de acolhimento encontra-se desarticulada, principalmente com o setor saúde. A descontinuidade do processo de consolidação da rede é causada por questões políticas e de gestão, ocasionando sentimento de frustração e impotência entre os atores. Observa-se grande atenção a mulher vítima de violência e a inexistência de ações voltadas para outros grupos vulneráveis (idosos, indígenas, crianças).