Sessão Assíncrona


SA3.37 - DOENÇAS TRANSMISSIVEIS: VIGILANCIA , GESTÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)

42781 - PERFIL CLÍNICO DOS CASOS DE HEPATITE AGUDA GRAVE DE ETIOLOGIA DESCONHECIDA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
LUCIANE DE SOUZA VELASQUE - SES, GABRIELLA DA CUNHA NAZARIO - SES E UFF, SHENNON BIA BEDIN - SES, SILVIA CRISTINA DE CARVALHO CARDOSO - SES, EDUARDO MESQUITA PEIXOTO - SES, CLARICE GDALEVICI - SES, MARGARIDA SOUZA - SES, KELY MAGNO - SES, GABRIELLE DAMASCENO - SES, CRISTINA FRIRE - SES


Apresentação/Introdução
O Reino Unido foi o primeiro país a notificar à OMS casos de hepatite aguda grave de etiologia desconhecida (HAGED) em 05/04/2022. Em 2 semanas, já haviam relatos em 12 países e 169 casos. A síndrome é caracterizada por transaminases > 500, icterícia, sintomas gastrointestinais, em crianças <10 anos de idade, previamente saudáveis. As investigações laboratoriais excluíram hepatites virais A-E.

Objetivos
Descrever o perfil clinico dos casos de hepatite aguda grave de etiologia desconhecida investigada no Estado do Rio de Janeiro.

Metodologia
Segundo o MS foi considerada como definição de caso: a) Criança/adolescente <17 anos, apresentando hepatite aguda com aumento de transaminase sérica aspartato transaminase >500 UI/L E resultados laboratoriais negativos para hepatites virais A-E E arboviroses E sem causa de origem não infecciosa que justifique o quadro, a partir do dia 20/04/2022. b) Criança/adolescente <17 anos, apresentando hepatite aguda que evoluiu para hepatite fulminante sem etiologia conhecida E que teve necessidade de transplante de fígado E resultado laboratorial negativo para hepatites virais A-E E para arboviroses no período de 01/10/2021 a 20/04/2022.

Resultados
Até 13/06/22 foram notificados 16 casos suspeitos de HAGED. A idade média das crianças é 6,75 anos e mediana de 5,5 anos, o mais novo caso tinha 2 meses e o mais velho 15 anos. A mediana da TGO inicial foi 1640 U/L e da TGP foi de 861 U/L. Entre os notificados, 3 necessitaram de transplante e 4 evoluíram para óbito. Entre os óbitos, 1 criança tinha Dengue, os outros 3 casos ainda continuam em investigação e todos já apresentam o resultado negativo de HV A-E e arboviroses. Do total notificado, 8 casos foram descartados e 8 se mantem em investigação. Nenhum dos casos notificados apresentaram resultado positivo para COVID-19 (PCR e IGM) e 3 apresentaram PCR positivo para adenovírus.

Conclusões/Considerações
Após o alerta do CIEVS-RJ as vigilâncias municipais do ERJ se mostraram sensíveis devida a rápida notificação de casos potencialmente suspeitos, de acordo com critérios definidos pelo MS. A notificação precoce dos casos ao CIEVS-RJ permite uma resposta mais ágil da vigilância para obter as amostras em tempo oportuno e acompanhamento dos resultados nos laboratórios de referência. Até o momento ainda não foi possível fechar nenhum caso investigado.