SA3.37 - DOENÇAS TRANSMISSIVEIS: VIGILANCIA , GESTÃO E CUIDADO (TODOS OS DIAS)
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39855 - AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE ENTRE PORTADORES DE DOENÇA DE CHAGAS DE REGIÃO ENDÊMICA BRASILEIRA: ESTUDO MULTINÍVEL DESIRÉE SANT ANA HAIKAL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES, ARIELA MOTA FERREIRA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, ÉSTER CERDEIRA SABINO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, LÉA CAMPOS DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP, ANTÔNIO LUIZ PINHO RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG, RENATA FIÚZA DAMASCENO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES, SÂMARA FERNANDES LEITE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES, MALU PEREIRA RIBEIRO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES, ANA CLARA DE JESUS SANTOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES, MARIA DO CARMO PEREIRA NUNES - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
Apresentação/Introdução A Doença de Chagas (DC) é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como uma das treze doenças tropicais mais negligenciadas do mundo, e representa um grave problema de saúde pública e médico-social brasileiro. A autopercepção da saúde é considerada um preditor de mortalidade melhor do que medidas objetivas do estado de saúde, e o contexto onde se vive exerce influência nesse preditor.
Objetivos Este estudo objetivou avaliar a prevalência e fatores individuais e contextuais associados à autopercepção negativa entre portadores de DC de região endêmica no Brasil.
Metodologia Trata-se de um estudo transversal multinível que considerou dados individuais e contextuais. Os dados individuais são provenientes de um recorte transversal de um estudo de coorte multicentrico (SaMi-Trop) que acompanha cerca de 2000 poradores de DC de 23 municípios pertencentes a duas macroregiões endemicas do estado de Minas Gerais: Região Norte de Minas e Região do Vale do Jequitinhonha. Os dados contextuais foram coletados em nível municipal nas plataformas e sistemas de informação institucionais de acesso público. A variável dependente foi a autopercepção em saúde (positiva vs negativa). A análise foi realizada utilizando-se a regressão logística binária multinível (CONEP 179.685).
Resultados Dos 1.513 portadores de DC incluídos, observou-se 22,1% com autopercepção negativa da saúde. O modelo final revelou, dentre as características contextuais, menor chance de autopercepção negativa entre os que residentes em municípios com menor população, e maior chance entre os residentes em municípios com menor relação médicos/hab. e maior taxa de analfabetismo. Nas variáveis individuais, houve maior chance de autopercepção negativa entre os com limitação funcional, que apresentavam nível de NT-pro BNP alterado, que apresentavam hipertensão arterial, menor renda, que residiam à maior distância da UBS, declararam acompanhamento irregular de ESF, não praticavam atividade física e que fumavam.
Conclusões/Considerações A autopercepção negativa da saúde foi relativamente mais prevalente entre portadores de DC do que em outras populações e sofreu influência do contexto onde os indivíduos viviam, mesmo após ajuste por importantes marcadores individuais. Apesar da simplicidade de aferição, a autopercepção revelou-se um indicador sensível das condições de saúde, já que importantes marcadores relativos à gravidade da DC se mantiveram no modelo final.
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