SA3.36 - OLHARES SOBRE A TUBERCULOSE E HANSENIASE E SEUS DESAFIOS (TODOS OS DIAS)
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43375 - ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DE CASOS NOVOS DE HANSENÍASE NA REGIÃO CENTRO-OESTE ENTRE 2001 E 2020 LÚBIA MAIELES GOMES MACHADO - UFMT, ELAINE CARDOSO DE OLIVEIRA SOUZA - UFMT, JAýNE SANTOS BORGES - UFMT, MARIANA ROSA SOARES - UFMT, NATASHA RAYANE DE OLIVEIRA LIMA - UNEMAT, EMERSON SOARES DOS SANTOS - UFMT
Apresentação/Introdução A hanseníase é uma doença negligenciada e prevalente em países em desenvolvimento. No Brasil a doença mantém padrão heterogêneo no espaço, e embora apresente redução de sua carga ao longo do tempo, se mantém endêmica em locais específicos, entre eles a região Centro-Oeste e especificamente o estado de Mato Grosso, considerado hiperendêmico de acordo com o Ministério da Saúde (MS).
Objetivos Realizar análise espaço-temporal de casos novos de hanseníase notificados entre 2001 e 2020 na região Centro-Oeste.
Metodologia Estudo realizado na região Centro-Oeste, com uso de dados secundários dos casos novos de hanseníase notificados, por município, entre 2001 e 2020. Os dados de casos novos foram obtidos por meio do SINAN disponibilizados pelo DATASUS, e as informações populacionais através do IBGE. Foram calculadas taxas de detecção geral/100 mil habitantes e realizada análise de varredura espaço-temporal Scan por meio do Satscan versão 9.6, para verificar formação de clusters de alto e baixo risco. Foi utilizado o modelo discreto de Poisson, raio de até 300 km e simulação de Monte Carlo para teste de significância estatística dos clusters identificados. Para a construção dos mapas foi utilizado o ArcGis 9.2.
Resultados A taxa média de detecção foi de 54 casos/100 mil hab., sendo o estado de Mato Grosso com a maior (125,3 casos/100 mil), e Mato Grosso do sul com a menor taxa (11,6 casos/100 mil). Ao longo do período todos os estados apresentaram redução nas taxas, com redução maior observada no último ano do estudo (2020). A varredura espaço-temporal identificou 9 clusters significativos para a ocorrência da hanseníase, com 3 clusters de baixo risco entre 2011 e 2020, em Goiás (leste) e Mato Grosso do Sul (leste e pantanais sul), e 6 de alto risco, incluindo os 3 estados. Os clusters de alto risco pertencem a períodos (desde 2001 a 2020) e mesorregiões variadas, e 5 deles se pertencem a Mato Grosso.
Conclusões/Considerações Houve redução no período estudado, porém a taxa média de detecção de hanseníase na região Centro-Oeste reflete hiperendemicidade com diferenças entre os estados, evidenciando sua heterogeneidade no espaço. Mato Grosso possui alta carga e clusters de alto risco incluindo a maioria dos municípios. O estudo contribui com a vigilância, sendo necessário demais investigações para explicar a manutenção da endemicidade e heterogeneidade da doença.
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