Sessão Assíncrona


SA3.36 - OLHARES SOBRE A TUBERCULOSE E HANSENIASE E SEUS DESAFIOS (TODOS OS DIAS)

41623 - ANÁLISE ESPACIAL DOS CASOS DE HANSENÍASE EM UM ESTADO DO NORDESTE BRASILEIRO NO PERÍODO DE 2011 A 2021
MARIA LUIZA FERREIRA IMBURANA DA SILVA - SECRETARIA DE SAÚDE DO RECIFE, AMANDA PRISCILA DE SANTANA CABRAL SILVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO/CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA, MARIA OLÍVIA SOARES RODRIGUES - AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA-APEVISA, SHIRLLEY JACKLLANNY MARTINS DE FARIAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, EMÍLIA CAROLLE AZEVEDO DE OLIVEIRA - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES - FIOCRUZ PE


Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, que acomete principalmente a pele e os nervos periféricos podendo ocasionar incapacidades físicas e deformidades. Apesar dos esforços para eliminação da doença, essa continua ocupando o segundo lugar no ranking mundial e se configura como um grande problema de saúde pública no Brasil.

Objetivos
Analisar os padrões espaciais da hanseníase em Pernambuco no período de 2011 a 2021.

Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação a partir dos casos novos de hanseníase residentes em Pernambuco, entre 2011-2021. Foi realizada uma análise bayesiana empírica local e de dependência espacial com os índices de Moran Global e Local.

Resultados
Registraram-se 25.008 casos novos de hanseníase entre 2011-2021, com coeficiente médio anual de detecção de casos novos na população geral de 16,51 casos/100 mil habitantes - classificado como alto; na população menor de 15 anos com 5,16 casos/100 mil habitantes - muito alto e 0,89/100 mil habitantes com grau II de incapacidade física - baixo. Identificaram-se aglomerados de municípios de alto risco para o Índice Global de Moran de 0,33 (p < 0,001), transmissão ativa (0,26; p < 0,001) e diagnóstico tardio da doença (0,12; p < 0,006), localizados na macrorregião 1 e na macrorregião 4. As demais macrorregiões apresentaram aglomerados de municípios com padrão baixo.

Conclusões/Considerações
Pernambuco apresenta alta endemicidade para a hanseníase com uma distribuição espacial heterogênea, apontando dois panoramas, sendo o primeiro a presença de municípios com alto risco de transmissão da doença e o segundo com aglomerados de municípios silenciosos, reforçando a característica de negligência da hanseníase.