Sessão Assíncrona


SA3.35 - DESAFIOS DA VIGILANCIA E ATENÇÃO À SÍFILIS (TODOS OS DIAS)

42428 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL EM 2021
DANILLO GONÇALVES DE BARROS - ENSP/FIOCRUZ, LÉA DE FREITAS AMARAL - ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A sífilis é uma doença infecciosa transmitida pelo Treponema pallidum, apresentando amplo espectro clínico. Pode ser transmitida para o bebê durante a gestação ou no parto. A sífilis congênita (SC) é uma condição de alta morbimortalidade e considerada indicador da qualidade da assistência pré-natal. A notificação é compulsória desde 1986, no Brasil, sendo realizada por profissionais de saúde.


Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de SC notificados no Brasil em 2021, a partir das fichas de investigação registradas no Sistema de Agravos de Notificação Compulsória (SINAN).



Metodologia
Estudo transversal, retrospectivo, de casos notificados de sífilis congênita em 2021, no Brasil. A fonte de dados foram as fichas de notificação do SINAN para sífilis congênita, disponível no Departamento de Informática do Sistema Nacional de Saúde - DATASUS. Foram selecionadas as seguintes variáveis de relevância teórica: idade materna, raça/cor materna, escolaridade, realização de pré-natal, alteração liquórica no recém-nascido (RN) e evolução dos casos. Foi realizada análise descritiva dos dados utilizando o software RStudio.

Resultados
Foram notificados 11556 casos de SC. A média de idade materna foi de 24,47 anos. A maior parte dos casos ocorreu em bebês de mães de raça/cor parda 6810 (58,9%), com escolaridade até ensino médio completo 2265(19,6%). O pré-natal foi realizado em 9495(82,2%) dos casos. A punção lombar foi realizada em 5502(47,6%) casos, com diagnóstico de 764 (6,6%) casos de neurossífilis. Sobreviveram 10223 (88%) RN. O número de óbitos por SC foi de 131(1,1%); sendo ainda registrados 69(0,6%) óbitos por outras causas, 371(3,2%) casos de aborto e 298 (2,6%) casos de natimorto. Houve grande porcentagem de dados com informações ignoradas.

Conclusões/Considerações
A maioria dos casos de SC notificados no Brasil em 2021 sobreviveu à doença. Esse é um dado positivo já que, segundo estudos, até 40% dos casos podem evoluir para aborto espontâneo, natimorto e óbito perinatal. A subnotificação e preenchimento incompleto das fichas de notificação evidenciam a necessidade de melhorias no sistema de saúde e de desenvolvimento de políticas públicas adequadas para atender as demandas da população.