SA3.35 - DESAFIOS DA VIGILANCIA E ATENÇÃO À SÍFILIS (TODOS OS DIAS)
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41836 - AVALIAÇÃO DO MANEJO ADEQUADO DE PACIENTES COM SÍFILIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM DIFERENTES REGIÕES DO BRASIL ENTRE 2012 E 2018 SUELE MANJOURANY SILVA DURO - UFPEL, MIRELLE DE OLIVEIRA SAES - FURG, CRISTIANE DE SOUZA GAONÇALVES - UFPEL, ELAINE TOMASI - UFPEL, LUIZ AUGUSTO FACCHINI - UFPEL
Apresentação/Introdução A sífilis é transmitida por contato com feridas infecciosas durante o sexo, transfusão de sangue ou de mãe para filho durante a gravidez. Apesar de ser prevenível, ter diagnóstico fácil e tratamento de baixo custo, ainda é um problema de saúde pública, em especial nos países de baixa e média renda. No Brasil, o diagnóstico, o manejo e o tratamento da sífilis é realizado na atenção primária.
Objetivos Analisar a presença de infraestrutura e processo de trabalho adequados na atenção primária para o diagnóstico, manejo e tratamento da sífilis no Brasil.
Metodologia Com um desenho transversal foi realizada a avaliação externa do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) em 2012 (Ciclo I), 2014 (Ciclo II) e 2018 (Ciclo III). Foram avaliados dois desfechos: infraestrutura e processo de trabalho adequados. As variáveis independentes foram macrorregião, tamanho do município, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF). Foi utilizada regressão de mínimos quadrados ponderada pela variância para estimar as mudanças anuais em pontos percentuais.
Resultados No Ciclo I, foram avaliadas 13.842 unidades básicas de saúde (UBS) e 17.202 equipes de saúde, no Ciclo II, 24.055 UBS e 29.778 equipes e no Ciclo III, 28.939 UBS e 37.350 equipes. No Ciclo I, 1,4% das UBS apresentavam infraestrutura adequada, aumentando para 17,5% no Ciclo II e 42,7% no Ciclo III. Houve também um aumento no processo de trabalho adequado nos três ciclos, passando de 47,3% no ciclo I para 45,5% no ciclo II e 75,4% no Ciclo III. Entretanto, foram observadas inequidades, com melhoras mais expressivas nas regiões mais ricas, municípios com IDH-M mais alto, maiores e com menor cobertura da ESF.
Conclusões/Considerações A baixa prevalência de infraestrutura e processo de trabalho adequados para o atendimento às pessoas com sífilis refletem uma insuficiência importante no sistema de saúde brasileiro. Ações para indivíduos infectados e seus parceiros sexuais com o objetivo de reduzir a infecção e a reinfecção, fornecer diagnóstico precoce, monitoramento, integridade do tratamento e orientação são essenciais para o cuidado integral desses indivíduos.
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