Sessão Assíncrona


SA3.35 - DESAFIOS DA VIGILANCIA E ATENÇÃO À SÍFILIS (TODOS OS DIAS)

41628 - FATORES ASSOCIADOS AO NÃO TRATAMENTO DA GESTANTE COM SÍFILIS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO ENTRE 2014 E 2019: UM ESTUDO QUANTITATIVO
EZEQUIEL DOS SANTOS COUTINHO - FACULDADE SANTA MARCELINA, AMMAR AL HUSIN - FACULDADE SANTA MARCELINA, ANDREA DO ROSARIO MARTINS - FACULDADE SANTA MARCELINA, AMANDA COSTA FELIPPE - FACULDADE SANTA MARCELINA, LAIS AZUMA - FACULDADE SANTA MARCELINA, JADE BENTO DE MOURA - FACULDADE SANTA MARCELINA, THAISA CENÇÃO - FACULDADE SANTA MARCELINA, CARLA ROBERTA FERRAZ RODRIGUES - FACULDADE SANTA MARCELINA, ANDRÉ TENÓRIO CORREIA DA SILVA - FACULDADE SANTA MARCELINA


Apresentação/Introdução
A sífilis pré-natal e congênita continuam sendo graves problemas de saúde pública no Brasil. Apesar da implementação de diversas ações para detecção dos casos e para tratamento no estado de São Paulo, o que se observou foi um aumento da taxa de incidência da sífilis congênita de 2,5 para 9,4 casos por mil nascidos vivos de 2011 para 2017.



Objetivos
Investigar o número de mulheres gestantes com sífilis que não receberam tratamento e analisar se existe associação entre características sociodemográficas e clínicas e o risco de não realizar o tratamento.



Metodologia
Foram analisados os dados das fichas de notificação dos casos de sífilis pré-natal do sistema de informação de agravos de notificação no município de São Paulo entre 2014 e 2019. Mulheres que não receberam tratamento foi a variável de desfecho. Os dados sociodemográficos (idade, escolaridade, cor da pele/raça, e local de residência) e os dados clínicos (trimestre da gestação, classificação clínica e realização de teste não-treponêmico) foram analisados. Foram realizadas análise bivariada e multivariada utilizando regressão logística. Foram calculados odds ratios (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) para análise das associações.

Resultados
Entre 2014 e 2019, foram notificados 22.599 de casos de sífilis pré-natal. Não receberam tratamento 1.112 gestantes. Maior risco de não realizar o tratamento foi observado em gestantes entre 10 e 18 anos, com baixa escolaridade (não alfabetizadas ou com ensino básico incompleto ou completo), estar no terceiro trimestre da gestação ou ter idade gestacional ignorada, apresentar classificação clínica sífilis latente ou ignorada quando comparadas à sífilis primária. Ter realizado teste treponêmico e o local de residência não afetaram o risco de não realizar o tratamento.



Conclusões/Considerações
Os resultados do estudo evidenciam fatores associados a um maior risco de não realizarem o tratamento para sífilis no pré-natal. A abordagem interseccional é fundamental para a efetividade do cuidado à gestante com sífilis. A capacitação dos trabalhadores da saúde no uso de tecnologias leves que sejam fundamentadas na interseccionalidade é urgente.