Sessão Assíncrona


SA3.35 - DESAFIOS DA VIGILANCIA E ATENÇÃO À SÍFILIS (TODOS OS DIAS)

39749 - PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E TEMPORALIDADE DA SÍFILIS CONGÊNITA E EM GESTANTES NO ESTADO DE SERGIPE 2007 A 2021.
MARIANA DO ROSÁRIO SOUZA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS), ANA CRISTINA DE OLIVEIRA COSTA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA DO INSTITUTO RENÉ RACHOU (IRR/FIOCRUZ-MG), THAYANE SANTOS SIQUEIRA - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS), ARIEL OLIVEIRA CELESTINO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS), ALEXRANGEL HENRIQUE CRUZ SANTOS - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS)


Apresentação/Introdução
A Sífilis em Gestante (SG) é uma condição que se não tratada ou tratada inadequadamente resulta na Sífilis Congênita (SC). Em 2018 no Brasil, a taxa de SC foi de 8/1000NV e de SG 20/1000NV, porém a incidência no país é heterogenia e inversa ao desenvolvimento socioeconômico. O Estado de Sergipe é bom representante desta dinâmica, em 2018 a taxa de SC foi 14/1000NV e de SG 22/1000NV, superior a nacional.

Objetivos
Caracterizar o perfil clínico e epidemiológico da SC e SG no estado de Sergipe entre 2007 e 2021 e analisar a tendência temporal destas condições.

Metodologia
Estudo ecológico de série temporal para casos de SC e SG, entre 2007 e 2021 no estado de Sergipe. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), e a análise exploratória de dados foi feita com cálculo de frequência simples e percentual. Para a análise de tendência temporal, foi aplicado o modelo de regressão joinpoint, calculada a variação percentual anual (APC) e a variação percentual média anual (AAPC) para as variáveis com mais de um APC no período. O APC positivo indicou tendência crescente e negativo decrescente quando o valor de p estatisticamente significativo (p<0,05), quando não estatisticamente significativo, a tendência foi considerada estável.

Resultados
Foram notificados 5.690 casos de SG, 84% em mulheres não brancas, 75% na faixa de 20 a 39 anos, 25% com baixo nível escolar (fundamental incompleto). A classificação clínica latente correu em 71% dos casos e a forma terciária (mais grave) em 8%. Foram notificados 4.448 casos de SC, 80% em recém-nascidos (RN) com pele não branca, 96% das notificações foram SC neonatal, 74% das mães realizam pré-natal e 45% tiveram o diagnostico no momento do parto. A tendência temporal da SC foi crescente, no período de 2007 a 2013 com crescimento médio de 26.9 a.a. APC 38.33 e estável entre os anos de 2013 e 2021. A tendência da SG foi estável durante todo o período do estudo.

Conclusões/Considerações
O elevado diagnóstico de SG no momento do parto, mostra a fragilidade da assistência diagnóstica e o despreparo dos profissionais envolvidos no manejo da Sífilis. As altas taxas de incidência de SG e SC revelam que o menor estado do país está distante do controle da endemia e coloca em risco a saúde da população, principalmente dos RN, demandando da Atenção Básica resolutividade e eficiência baseada na tríade vigilância-assistência-prevenção.