Sessão Assíncrona


SA3.34 - INOVAÇÕES E BARREIRAS NA ATENÇÃO AO PARTO E PUERPÉRIO (TODOS OS DIAS)

42764 - OCORRÊNCIA DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NOS HOSPITAIS BRASILEIROS SEGUNDO DADOS DA REDE CEGONHA
JULYANA VIEGAS CAMPOS - IAM – FIOCRUZ PE, LOUISIANA REGADAS DE MACEDO QUININO - IAM – FIOCRUZ PE, DOMÍCIO AURÉLIO DE SÁ - IAM – FIOCRUZ PE, RAFAEL DA SILVEIRA MOREIRA - IAM – FIOCRUZ PE


Apresentação/Introdução
A violência obstétrica está condicionada a ação promovida pelos profissionais da saúde e tem sido identificada como a ocorrência de diversas práticas contra a gestante, sejam essas físicas, abuso de ações intervencionistas, medicalização ou ameaças e xingamentos, logo, a violência obstétrica configura-se de forma abundante, abrangendo tanto a violência física, sexual e/ou psicológica.

Objetivos
Avaliar a ocorrência de violência obstétricas segundo dados da Rede Cegonha

Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, de base populacional, através de dados secundários dos bancos de dados produzidos pelo NUPE, Ouvidoria-Geral do Sistema Único de Saúde (OUVSUS). Fizeram parte da pesquisa as mulheres que tiveram filhos nos hospitais públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde, totalizando 42.657 mulheres entre os anos de 2013 e 2014. A coleta de dados foi através da aplicação de questionário com 12 perguntas, por meio de inquérito telefônico. A variável dependente da pesquisa foi Violência Obstétrica e as variáveis independentes os fatores sociais, demográficos e econômicos. A análise foi realizada através da Análise de Classes Latentes.

Resultados
Observou-se maior prevalência para a ocorrência do corte vaginal (50,9%), seguido da realização de pressão sobre a barriga da gestante ou profissional subindo nessa barriga no momento do parto (29,3%) e por fim a realização de toques vaginais sucessivos (27,1%). Por outro lado, verifica-se uma redução na realização de outros procedimentos considerados violentos contra as gestantes. Da totalidade das respondentes 99,6% não sofreram nenhum outro tipo de violência, 99,3 não foram beliscadas ou empurradas, 96% não tiveram seus filhos sozinhas e 95,8% não foram amarradas.

Conclusões/Considerações
A violência obstétrica, embora tenha tendência de queda em sua prevalência, ainda se configura como um problema assistência que precisa ser revisto de forma mais abrangente. As consequências da ocorrência da violência obstétrica trazem impactos negativos e permanentes na vida não só da mulher que sofre de forma direta, mas de toda uma família. Logo, se faz necessário um olhar atento a essa temática com a finalidade de redução de sua ocorrência.