SA3.34 - INOVAÇÕES E BARREIRAS NA ATENÇÃO AO PARTO E PUERPÉRIO (TODOS OS DIAS)
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42114 - “UM SONHO REALIZADO ELE EM CASA: EXPERIÊNCIAS SUBJETIVAS MATERNAS APÓS A ALTA DO BEBÊ NASCIDO PREMATURO” CAROLINA MAROCCO ESTEVES - UFRGS, LÍVIA CAETANO DA SILVA LEÃO - IESRIVER, JOICE CADORE SONEGO - FSG CENTRO UNIVERSITÁRIO, RITA DE CÁSSIA SOBREIRA LOPES - UFRGS, CESAR AUGUSTO PICCININI - UFRGS
Apresentação/Introdução A experiência dos pais frente à gestação e nascimento do bebê tem sido motivo de investigações nas últimas décadas. Neste contexto, o nascimento prematuro do bebê é um dos fatores que mais afetam a experiência de ser mãe, podendo trazer dificuldades para a díade. Essa situação pode gerar sofrimento e sentimentos ambivalentes, dificultando e até inibindo os primeiros contatos da mãe e seu bebê.
Objetivos Investigar a experiência subjetiva materna três meses após a alta do bebê nascido prematuro da UTI Neo.
Metodologia Participaram do estudo 22 mães de bebês nascidos prematuros. Os bebês tinham, no momento do nascimento, entre 25 e 34 semanas gestacionais, e pesavam entre 685g e 1825g . Todos os participantes eram pacientes do SUS e estavam internados em hospitais públicos da região do Sul do Brasil. Tratou-se de um estudo descritivo. Foi utilizada análise temática indutiva para explorar e analisar os relatos das participantes, a partir de entrevistas estruturadas realizadas nas casas das famílias.
Resultados Dois eixos derivaram dos dados: adaptação do cuidado em casa e sentimentos maternos. No primeiro eixo, os temas foram disponibilidade da mãe aos cuidados com o bebê e rede de cuidados. No segundo, os temas foram sentimentos sobre o bebê e sobre a maternidade. Os sentimentos maternos foram repletos de ambiguidades frente a ruptura causada pela alta hospitalar, ilustrados nos relatos por dúvidas e alegrias no cuidado com o bebê. Tentativas compensatórias de suprir momentos de sofrimento enfrentados na Neo também foram destacados. Porém, a evolução dos cuidados fundamentais para o desenvolvimento emocional do bebê, adaptados ao contexto da prematuridade foram abrindo espaço na rotina da dupla.
Conclusões/Considerações Concluiu-se que a unidade mãe/bebê nascido prematuro abre uma nova perspectiva de cuidados para este contexto, o que demanda atenção dos profissionais de saúde já desde o período de internação do bebê. Os cuidados para a sobrevivência e desenvolvimento do bebê somente são realizados pela mãe após alta. Percebe-se a necessidade de políticas públicas que visem cuidado e acolhimento das mulheres e dos bebês no decorrer dessa complexa experiência.
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