SA3.34 - INOVAÇÕES E BARREIRAS NA ATENÇÃO AO PARTO E PUERPÉRIO (TODOS OS DIAS)
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39754 - COMO O DESLOCAMENTO GEOGRÁFICO PARA O PARTO INFLUENCIA NO BAIXO PESO AO NASCER NOS MUNICÍPIOS RURAIS REMOTOS? EDIALY CANCIAN TETEMANN - FSP/USP, SIMONE SCHENKMAN - FSP/USP, AYLENE BOUSQUAT - FSP/USP
Apresentação/Introdução As mulheres que residem em áreas rurais e remotas em todo o mundo enfrentam grandes desafios para garantir uma adequada atenção ao pré-natal e parto. No Brasil, esse cenário não é diferente e um dos pontos nevrálgicos é a necessidade de grandes deslocamentos para o parto
Objetivos Analisar o desfecho o parto de mulheres residentes nos 323 municípios rurais remotos brasileiros(IBGE, 2017), vis a vis a necessidade do deslocamento para outro município.
Metodologia Estudo exploratório quantitativo, a partir das informações do Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) de 2013 a 2019 no Brasil. O banco (n= 20.038.567) inclui as seguintes variáveis: MRR (municípios rurais remotos, 323), desfecho do parto (retenção no município de residência ou necessidade de deslocamento). A variável dependente escolhida foi o baixo peso ao nascer (BPN), como proxy para desfecho negativo: Os dados foram analisados por meio de testes de frequências e proporções (Qui-quadrado) e de distribuições não-paramétricas (Mann-Whitney). A regressão logística (bivariada e multivariada) permitiu a análise das associações (Odds Ratios OR, valores de p e IC 95%).
Resultados Entre 2013 a 2019, foram registrados no SINASC 20.476.367 NV no Brasil, sendo 437.800 (2,1%) em MRR. O deslocamento foi maior nos MRR (40,7%), com predomínio do parto vaginal (61,9%x56,5% de cesáreas no país); nenhuma consulta (4,0%x2,1%), ≥7 consultas (48,8%x68,5%); nascimento em outros serviços de saúde (3,4%x0,6%) e domicilio (7,2%x0,5). A % de recém-nascidos com BPN foi inferior nos MRR (6,8%x8,5%). A associação entre as covariáveis e o BPN no Brasil foi significativa em relação ao deslocamento (1,4); à duração da gestação<37s (20,7), gravidez múltipla (19,4); nascer em aldeia indígena (3,0); ser mãe adolescente (1,1) e de cor preta (1,2) . Residir em MRR se apresentou como fator protetor ao BPN.
Conclusões/Considerações Este estudo demonstrou que nascer no MRR se apresentou como um fator de proteção ao BPN, embora com menos consultas que o preconizado, mais deslocamentos e mães adolescentes que o restante do país. Vianna et al (2013) também expuseram uma maior concentração de BPN em áreas urbanas, Silva et al (2010) sugerem que este aumento esteja relacionado aos avanços tecnológicos e o aumento de cesáreas eletivas que reduzem o período gestacional.
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