Sessão Assíncrona


SA3.33 - PRÉ NATAL E PARTO: ANALISES, EXPERIENCIAS E DESAFIOS (TODOS OS DIAS)

40261 - PREMATURIDADE RECORRENTE: DADOS DO ESTUDO NASCER NO BRASIL.
BARBARA ALMEIDA SOARES DIAS - UFRR, MARIA DO CARMO LEAL - ENSP - FIOCRUZ, KATRINI GUIDOLINI MARTINELLI - UFES, MARCOS NAKAMURA-PEREIRA - IFF - FIOCRUZ, ANA PAULA ESTEVES-PEREIRA - ENSP - FIOCRUZ, EDSON THEODORO DOS SANTOS NETO - UFES


Apresentação/Introdução
A prematuridade recorrente consiste em dois ou mais partos antes de completar 37 semanas de gestação. Apesar da elevada taxa de prematuridade no Brasil, verifica-se uma falta de disponibilidade de dados relativos à prematuridade recorrente e os seus possíveis fatores associados e, portanto, a taxa de prematuridade recorrente no país é desconhecida.

Objetivos
Descrever e estimar a taxa de prematuridade recorrente no Brasil segundo o tipo de parto, ponderado pelos fatores associados.

Metodologia
Os dados foram obtidos do estudo nacional de base hospitalar “Nascer no Brasil” realizado em 2011 e 2012, a partir de entrevistas com 23.894 mulheres. Inicialmente foi utilizado o teste qui-quadrado para verificar as diferenças entre recém-nascidos, segundo a prematuridade prévia e tipo de prematuridade recorrente. Aplicou-se o método de ponderação pelo escore de propensão para equilibrar os grupos de acordo com a idade materna, classificação socioeconômica, tabagismo durante a gravidez, paridade, cesárea anterior, natimorto ou óbito neonatal anterior, hipertensão crônica e diabetes crônica. Por último, foi realizada regressão logística múltipla para estimar a prematuridade recorrente.

Resultados
Foram analisados 6.701 recém-nascidos. A taxa de prematuridade recorrente foi de 42,0%, considerando todas as mulheres com prematuridade prévia. Dentre os prematuros recorrentes, 62,2% foram espontâneos e 37,8% ocorreram por intervenção-obstétrica. Após a ponderação pelo escore de propensão, verificou-se que mulheres com prematuridade prévia possuem 3,89 vezes a chance de terem prematuridade recorrente espontânea (ORaj: 3,89; IC95%: 3,01-5,03) e 3,47 vezes a chance de terem prematuridade recorrente por intervenção obstétrica (ORaj: 3,47; IC95%: 2,59-4,66), em comparação às mulheres que tiveram recém-nascidos termo completo.

Conclusões/Considerações
A prematuridade prévia revelou-se um forte preditor para sua recorrência. Assim, ampliar e melhorar o monitoramento e manejo de gestantes com história de prematuridade impacta fortemente na redução das taxas e, consequentemente, na redução dos riscos de morbimortalidade infantil no país.