Sessão Assíncrona


SA3.32 - CUIDADO EM SAÚDE MENTAL E A ARTICULAÇÃO DA RAPS (TODOS OS DIAS)

44011 - RODAS DE CONVERSA COM USUÁRIOS NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO MUNICÍPIO DE MARICÁ-RJ: PROMOÇÃO DE AUTONOMIA, REINSERÇÃO SOCIAL E REDES DE APOIO
PRISCILA CALMON GARCIA - IMS/UERJ, NILCEIA BARBOSA LUCENA DE CARVALHO - ESTÁCIO


Período de Realização
Início em 2020 e em curso nos dias atuais.

Objeto da experiência
A realização de rodas de conversa com jovens usuários em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) do município de Maricá-RJ

Objetivos
Descrever as rodas de conversa com jovens usuários que ocorrem no CAPS II enquanto estratégias de cuidado em saúde mental e que promovem autonomia, autocuidado, reinserção social e construção de redes de apoio.

Metodologia
Trata-se de um relato da experiência das rodas de conversa realizadas no CAPS II com jovens usuários que acontecem semanalmente, com duração de uma hora e são registradas no livro ata das oficinas terapêuticas do dispositivo. Os participantes têm entre 18 e 30 anos e chegaram ao serviço após tentativas de suicídio, diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Esquizofrenia e Transtorno Bipolar. Os temas são escolhidos pelos participantes com auxílio da profissional mediadora do grupo.

Resultados
No início das rodas, os jovens apresentavam-se cabisbaixos, com pouca ou nenhuma perspectiva de vida e autoestima. Ao longo do tempo eles passaram a se identificar mais com o serviço e com o grupo, passaram a verbalizar mais os sentimentos e socializar entre si, inclusive criaram um grupo no Whatsapp para se comunicarem e até mesmo marcar encontros fora do serviço. A cada semana surge um novo tema baseado nos seus interesses e já foram abordados temas como luto, drogas, sexualidade e família.

Análise Crítica
As rodas de conversa priorizam discussões em torno de temas do cotidiano, relações sociais e autocuidado, e busca promover a reinserção social e potencialidades dos jovens. Nas rodas eles podem apresentar suas elaborações e instigar o outro a falar, sendo possível se posicionar e ouvir posicionamentos diversos. Ao mesmo tempo em que as pessoas falam suas histórias, buscam compreendê-las por meio do exercício de pensar compartilhado, o qual possibilita a (re)significação dos acontecimentos.

Conclusões e/ou Recomendações
Compreendemos que as rodas de conversa proporcionam a integração entre os sujeitos e estimulam a comunicação e a partilha de sentimentos e opiniões. Estas ações têm possibilitado aos usuários que ampliem sua rede de apoio, cheguem cada vez mais ao serviço e, também, circulem mais pelo território. Quando falamos de Saúde Mental no Brasil hoje, fala-se de um trabalho territorializado e com enfoque na reinserção dos indivíduos na sociedade.