Sessão Assíncrona


SA3.31 - TRANSTORNOS MENTAIS E OS DESAFIOS PARA O CUIDADO (TODOS OS DIAS)

43810 - A INSERÇÃO DA PSICOLOGIA EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE OBSERVAÇÕES E INFERÊNCIAS PRÁTICAS NO CAMPO
CÁSSIA HOSANA DE JESUS PINHO - FESF-SUS/FIOCRUZ-BA, SABRINA VITÓRIA DOS SANTOS CARNEIRO - FESF-SUS/FIOCRUZ-BA


Período de Realização
O presente relato de experiência foi desenvolvido durante o período de março a junho de 2022.


Objeto da experiência
A percepção das psicólogas residentes sobre a atuação em equipe multiprofissional em duas Unidades de Saúde da Família (USF’s).


Objetivos
Destacar a experiência em atuação multiprofissional delineando os desafios e potencialidades da inserção da Psicologia na Atenção Primária à Saúde (APS), de modo a instrumentalizar a prática profissional da categoria na APS e a fomentar a elaboração de subsídios para ampliação do cuidado em saúde.


Metodologia
Este é um estudo qualitativo de caráter descritivo, cujo método de coleta de dados foi a atuação de duas psicólogas no primeiro ano do Programa de Residência Multiprofissional de Saúde da Família da FESF-SUS/FIOCRUZ. Ambas profissionais são membros do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) no município de Salvador, Bahia, e atuam nas USF’s de Vila Canária e de Dom Avelar. Por fim, ocorreu uma revisão bibliográfica de tipo integrativo como referencial analítico ao objeto.


Resultados
A introdução da Psicologia na atenção básica é recente e visa a integralidade do cuidado. Pensar no biopsicossocial se mostrou um desafio na atuação em equipe multiprofissional, devido ao assentamento da equipe mínima no modelo biomédico. O olhar profissional é direcionado ao biológico e ao aparecer demandas de saúde mental rapidamente é feito um acionamento das psicólogas. No primeiro sinal de queixa de vulnerabilidade social e de doenças psicológicas os usuários são encaminhados à psicologia.



Análise Crítica
O Ministério da Saúde (MS) e o Conselho Federal da Psicologia preconizam que os psicólogos na APS devem atuar na retaguarda, realizando ações de promoção e prevenção em saúde. Todavia, a inserção em atividades coletivas e no território tem se mostrado um desafio devido a cobranças de produtividade para atendimentos individuais no Previne Brasil. Ademais, as USF’s são um importante instrumento de acesso a determinantes de saúde e a espaços de lazer por meio do uso de práticas integrativas.


Conclusões e/ou Recomendações
Considerando que são duas psicólogas para abarcar as necessidades de dois bairros, é possível inferir que há uma sobrecarga laboral em detrimento de recursos pessoais. Assim, as ações em saúde são direcionadas a acolhimentos focados na queixa-conduta. Logo, é essencial discutir novos sentidos para a prática da Psicologia na APS que transborde a clínica tradicional considerando o contexto de sucateamento da rede de atenção à saúde mental.