SA3.31 - TRANSTORNOS MENTAIS E OS DESAFIOS PARA O CUIDADO (TODOS OS DIAS)
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39538 - PENSAMENTOS E ATITUDES DOS TRABALHADORES DA ATENÇÃO BÁSICA FRENTE À DEMANDA EM SAÚDE MENTAL: INTERLOCUÇÕES COM UMA PESQUISA DE IMPLEMENTAÇÃO LÍVIA PENTEADO PINHEIRO - UNICAMP, ANA LAURA SALOMÉ LOURENCETTI - UNICAMP, MARIA FERNANDA LIRANI - UNICAMP, KALEB ELIEL FERREIRA LEME - UNICAMP, CARLOS ALBERTO DOS SANTOS TREICHEL - UNICAMP, BRUNO FERRARI EMERICH - UNICAMP, MARIA GIOVANA BORGES SAIDEL - UNICAMP, ROSANA TERESA ONOCKO CAMPOS - UNICAMP
Apresentação/Introdução Um desafio da Reforma Psiquiátrica é a inserção efetiva da Atenção Básica (AB) na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com a realização de ações de prevenção, promoção e cuidado articulado em saúde mental. As Pesquisas de Implementação (PI) podem colaborar nessa tarefa, sendo reconhecidas na literatura internacional como favoráveis à resolução de barreiras na implementação de políticas de saúde.
Objetivos Identificar se a implementação, desenvolvida a partir de estratégias de educação permanente e fortalecimento dos dispositivos de integração de rede, produziu impactos nas ações e pensamentos dos trabalhadores da AB frente à demanda em saúde mental.
Metodologia A coleta de dados foi realizada em um município paulista de médio porte, em dois momentos: na etapa de pré-implementação em 2019, com a participação de 169 trabalhadores e, na etapa de pós implementação, de 11/2021 a 12/2021, com a participação de 80 trabalhadores da AB. Os trabalhadores pertenciam a diversas categorias profissionais da Equipe de Saúde da Família. Os dados foram coletados através de um questionário auto aplicado relacionado ao processo de trabalho em saúde e sua análise foi realizada por meio do pacote estatístico Stata 11. Foi adotado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, considerados todos os aspectos éticos.
Resultados Houve um aumento significativo na proporção de trabalhadores que consideravam o serviço apropriado para receber demandas de saúde mental (passando de 19,5% para 37,5%) e na proporção de trabalhadores que recomendariam o serviço de atenção básica para um amigo ou familiar com demandas de saúde mental, (passando de 52,1% para 72,5%). Ainda, houve um decréscimo significativo na proporção de trabalhadores que reportaram uma sobrecarga alta ou muito alta ao lidar com usuários que possuem demandas em saúde mental (passando de 24,9% para 15%). Não houve mudanças significativas na proporção de trabalhadores que temiam ser agredidos por um usuário com demandas de saúde mental.
Conclusões/Considerações Retomando a potência da PI na transformação de práticas e observando as mudanças nos dados coletados, instiga-se a reflexão sobre o impacto que intervenções voltadas à educação permanente e à integração da rede têm na qualificação do cuidado em saúde mental e na saúde dos trabalhadores. O estudo apresenta limitações nos achados pela amostragem pequena e diferença do número de trabalhadores entrevistados no momento e pré e pós implementação.
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