Sessão Assíncrona


SA3.27 - REDES DE CUIDADOS, CONTINUIDADE E INTEGRALIDADE (TODOS OS DIAS)

43174 - CONTINUIDADE DO CUIDADO ENTRE ATENÇÃO PRIMÁRIA E ESPECIALIZADA NO ATENDIMENTO OFTALMOLGICO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO EM 2017
JULIANA BRITO GONÇALVES - ENSP/FIOCRUZ, MARIA ANGÉLICA BORGES DOS SANTOS - ENSP/FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A continuidade do cuidado entre Atenção Primária em Saúde (APS) e Especializada (AE) sustenta-se na regulação assistencial (RA). A RA busca equilibrar oferta, demanda e viabilizar acesso mais rápido segundo níveis de risco. A Oftalmologia foi a especialidade com mais encaminhamentos a consultas especializadas no Rio de Janeiro em 2017. Retardos nesse atendimento podem agravar perdas visuais.

Objetivos
Descrever encaminhamentos à Oftalmologia geral pela APS e desfechos (autorizada, negada, cancelada e tempo até consulta agendada) no município Rio de Janeiro segundo área programática (AP) e maior risco do paciente (risco vermelho) em 2017.

Metodologia
Estudo observacional usando dados secundários dos formulários eletrônicos do SISREG (Sistema de Regulação) municipal do Rio de Janeiro, que registra solicitações de encaminhamentos ambulatoriais da APS à AE no SUS. Foram analisadas todas as solicitações de unidade de APS para consultas de primeira vez de Oftalmologia Geral em 2017. Análise descritiva das solicitações e seus desfechos (autorizada, negada, cancelada), e do tempo de espera até a consulta de pacientes com risco vermelho segundo Área Programática (AP). As solicitações foram quantificadas por 100.000 habitantes, os desfechos em percentuais e o tempo de espera como mediana de dias.

Resultados
Dos 81.123 encaminhamentos à Oftalmologia, 2.289 (2,8%) foram risco vermelho. A prevalência geral foi de 1.283 solicitações (555 (AP 2.1) -2.207 (AP1)) por 100 mil/habitantes. Dessas, 89,6% (69,6% (AP2.1) - 95% (AP 5.3) foram autorizadas, 6,8% (3,5% (AP 5.3) - 14,0% (AP 2.1)) foram canceladas e 2,9% (1,2% (AP 5.3) - 16,4% (AP 2,1%)) foram negadas. A mediana de tempo entre solicitação e agendamento de pacientes de risco vermelho foi de 127 dias (variação 25 (AP 2.1) – 214 (AP 5.1) dias). A mediana para qualquer risco foi 133 dias. Os protocolos recomendam agendamento de risco vermelho em até 30 dias, prazo cumprido em apenas uma AP.

Conclusões/Considerações
As solicitações de encaminhamento à Oftalmologia (1,2% da população) parecem insuficientes diante da alta prevalência dessas doenças. APs mais populosas e distantes cancelam e negam menos solicitações do que APs mais afluentes, lançando dúvidas sobre a dinâmica regulatória. Tempos de agendamento de consultas são pouco influenciados pelo risco, indicando necessidade de qualificar os encaminhamentos, para garantir prazos adequados de atendimento.