Sessão Assíncrona


SA3.24 - ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E ACESSO À MEDICAMENTOS (TODOS OS DIAS)

42084 - DESPERDÍCIO DE EMICIZUMABE E CUSTOS PARA O SUS NO CUIDADO DE PACIENTES COM HEMOFILIA A.
MARIANA MICHEL BARBOSA - UFMG, RICARDO MESQUITA CAMELO - UFMG, MAIARA SILVA ARAÚJO - UFMG, ROBERTO LÚCIO MUNIZ JÚNIOR - UFMG, AUGUSTO AFONSO GUERRA JÚNIOR - UFMG, FRANCISCO DE ASSIS ACÚRCIO - UFMG, JULIANA ÁLVARES TEODORO - UFMG


Apresentação/Introdução
A hemofilia A (HA) é uma doença rara hemorrágica. O emicizumabe (EM) é um anticorpo monoclonal, de alto custo, incorporado no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019 para o tratamento de pacientes com HA, com inibidores e falharam a imunotolerancia (IT). O desperdício de medicamentos contribui para o aumento desnecessário dos custos do SUS, sendo um importante problema de saúde pública.

Objetivos
Este estudo foi desenhado para estimar o desperdício do emicizumabe para o tratamento de HA no SUS e seus custos associados, visando embasar a tomada de decisão em alternativas menos onerosas e sustentáveis para o sistema.


Metodologia
Realizamos uma análise de desperdício usando 3 diferentes regimes de tratamento e todas as apresentações do EM comercializadas no Brasil. Considerou-se que os pacientes iniciam o uso do EM no Brasil a partir dos 3 anos de idade, devido ao tempo de diagnóstico da HA e falha da IT. Para as estimativas do peso dos pacientes, foi considerado o peso médio por idade segundo o IBGE. Foi considerada uma coorte fechada de pacientes. O número de pacientes por idade foi calculado segundo os dados estimados no relatório de incorporação do EM no SUS. A análise foi realizada com um horizonte temporal de 5 anos, na perspectiva do SUS e não foi considerado fragmentação de frascos.

Resultados
O custo da última compra do Ministério da Saúde foi de R$ 229,55 por mg de EM. Foram estimadas um total de 253 pacientes com HA com idades entre 3 e 18 anos. Foram estimados, em cinco anos, desperdícios variando entre 5.257 mg a 46.453 mg de EM, a depender do regime terapêutico, ocasionando custos equivalentes entre cerca de R$ 30 milhões a R$ 245 milhões. O regime terapêutico que ocasionou o maior desperdício foi o de 1,5 mg semanalmente, seguido do regime de 3 mg a cada duas semanas e por fim, o de 6 mg mensalmente. A idade com maior desperdício foi a de 6 anos.

Conclusões/Considerações
Por se tratar de um medicamento de alto custo disponível no SUS, o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica (PCDT) da HA deve recomendar o uso do regime com menor desperdício. Ademais, negociações com a indústria podem ser realizadas visando minimizar esse desperdício ou compartilhar os seus custos.