Sessão Assíncrona


SA3.24 - ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E ACESSO À MEDICAMENTOS (TODOS OS DIAS)

38877 - OBESIDADE E ACESSO A MEDICAMENTOS NO BRASIL: RESULTADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019
LUANA LODI - UERJ, ANA BEATRIZ AZEVEDO - UERJ, DANIELA SILVA CANELLA - UERJ


Apresentação/Introdução
A obesidade é um dos principais problemas de saúde do mundo, seu aumento nas últimas décadas contribui para o aumento das doenças crônicas não transmissíveis. Indivíduos com obesidade tendem a ser estigmatizados por profissionais da saúde, o que compromete o tratamento. Homens tendem a procurar menos a assistência à saúde, contribuindo para o agravo de doenças e lacunas assistenciais nesse grupo.

Objetivos
Descrever a relação entre o estado nutricional e o acesso a medicamentos no Brasil, segundo sexo.

Metodologia
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, com amostra representativa da população brasileira com 15 anos ou mais. Peso e altura referidos foram utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Foi analisada a frequência de utilização de serviços de saúde nas duas semanas anteriores à entrevista e de prescrição de medicamento nesta consulta. O acesso aos medicamentos foi analisado considerando os locais de obtenção: Farmácia Popular ou Sistema Único de Saúde (SUS). As variáveis relacionadas a utilização e acesso foram descritas segundo IMC e sexo. Diferenças significativas foram identificadas pela comparação dos IC95%.

Resultados
Dentre os 89.954 indivíduos estudados, 21,6% buscaram atendimento à saúde e destes 59,4% tiveram medicamento receitado. Dos com medicamento receitado, 55,3% (IC95% 49,9;60,5) dos homens e 60,5% (IC95% 56,9;64,1) das mulheres apresentavam obesidade. O acesso a medicamentos foi maior no SUS (37,9%; IC95% 35,9;39,9) se comparado a farmácia popular (21,7%; IC95% 20,0;23,5). Entre os homens que tiveram acesso pelo SUS, 37,8% (IC95% 31,2;44,0) estavam eutróficos, 34,0% (IC95% 29,5;38,8) apresentavam sobrepeso e 34,3% (IC95% 27,9;41,4) tinham obesidade, enquanto entre as mulheres as frequências foram de 33,5% (IC95% 29,8;37,3), 39,2% (IC95% 35,0;43,6) e 46,5% (IC95% 41,3;51,8), respectivamente.

Conclusões/Considerações
Quase 1/3 dos indivíduos que utilizaram serviço de saúde tiveram medicamento receitado. Enquanto para os homens o acesso no SUS não diferiu segundo estado nutricional, para as mulheres foi mais frequente entre aquelas com obesidade. Os resultados reforçam a importância e necessidade do SUS e da equidade e que a obesidade necessita de atenção e compreensão pelos profissionais de saúde, buscando superar potenciais estigmas e preconceitos.