Sessão Assíncrona


SA3.22 - SAÚDE DO IDOSO (TODOS OS DIAS)

43771 - DESIGUALDADE SOCIODEMOGRÁFICA RELACIONADA À DIFICULDADE DE ACESSO A SERVIÇOS DE SAÚDE ENTRE IDOSOS
ELAINE CRISTINA TÔRRES OLIVEIRA - FSP-USP/UNCISAL, MARÍLIA CRISTINA PRADO LOUVISON - FSP-USP, FABÍOLA BOF DE ANDRADE - FIOCRUZ MINAS, YEDA APARECIDA DE OLIVEIRA DUARTE - USP


Apresentação/Introdução
A análise sobre a dificuldade de acesso a serviços de saúde entre idosos se constitui um importante elemento de estudo no campo do uso de serviços, pois contribui com a identificação de desigualdades. Produzir evidências sobre desigualdades sociodemográficas relacionadas à dificuldade de acesso a serviços de saúde entre grupos permite construir caminhos para efetivar a equidade no cuidado.

Objetivos
Este estudo teve como objetivo avaliar as desigualdades sociodemográficas relacionadas à dificuldade de acesso a serviços de saúde entre idosos residentes na cidade de São Paulo nos anos 2006, 2010 e 2015.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal que utilizou os dados do Estudo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento e que tem como população de análise os idosos residentes na cidade de São Paulo. A amostra foi composta pelos dados das coortes 2006, 2010 e 2015, contendo 1413, 1345 e 1224 indivíduos, respectivamente. Para esta análise, foi verificada associação entre dificuldade de acesso à serviços de saúde, mediante necessidade, sexo e escolaridade. A relação entre dificuldade de acesso, sexo e escolaridade foi descrita por meio do Equiplot e as desigualdades foram avaliadas a partir das diferenças absolutas e relativas da prevalência de dificuldade entre os sexos e os grupos extremos de escolaridade.

Resultados
A prevalência de dificuldade de acesso à serviços de saúde foi de 29,6%, 25,0% e 37,3%, respectivamente em 2006, 2010 e 2015. Em todos os anos, a dificuldade de acesso foi maior entre as mulheres (5.0 pontos percentuais [p.p] em 2006; 3.3p.p em 2010; 11.4p.p em 2015) e os menos escolarizados de acordo com a medida absoluta (38p.p em 2006; 1.2p.p em 2010; 23.5p.p em 2015) e relativa (sexo: 1.2 em 2006; 1.1 em 2010 e 1.4 em 2015; escolaridade: 6.0 em 2006,1.0 em 2010 e 2.1 em 2015). Observou-se um padrão bottom inequality para os anos de 2006 e 2015. Houve uma redução nas medidas absolutas e relativas entre 2006 e 2015 para a escolaridade e um aumento no mesmo período para o sexo.

Conclusões/Considerações
A dificuldade de acesso a serviços de saúde entre idosos de São Paulo é significativa e se distribui de forma desigual entre os sexos e grupos de escolaridade, contudo, observou-se redução na diferença da dificuldade entre os grupos extremos de escolaridade, nos anos 2006 e 2015. Os achados evidenciam a importância do monitoramento constate das desigualdades para se construir uma atenção baseada em necessidades.