Sessão Assíncrona


SA3.21 - OS DESAFIOS DA GESTÃO HOSPITALAR (TODOS OS DIAS)

43376 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM GESTÃO DO CUIDADO HOSPITALAR: A PRODUÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE PARA PESSOAS COM DOENÇA RENAL CRÔNICA
ARTHUR CHIORO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), LARISSA MARIA BRAGAGNOLO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), FRANCIELE FINFA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA, ANA LÚCIA PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), JORGE HARADA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), ANDRÉ LUIZ BIGAL - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), LEONARDO MAURI, - HOSPITAL SANTA MARCELINA, ELEN PAULA RODRIGUES - HOSPITAL SANTA MARCELINA, SANDRA MARIA SPEDO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL), ROSEMARIE ANDREAZZA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO- EPM- LABORATÓRIO DE SAÚDE COLETIVA (LASCOL)


Apresentação/Introdução
A reestruturação de sistemas de saúde exige transformações nas práticas de cuidado e organizações. Processos racionalizadores demonstram-se insuficientes para sustentar um novo hospital do e para o SUS. Torna-se necessária a produção de práticas que tomam como centro o cuidado, e que pensam a governança e gestão da clínica na perspectiva da integralidade, como os arranjos tecnológicos.

Objetivos
Analisar a construção da rede de atenção à saúde para pessoas com doença renal crônica (DRC) em um hospital de grande porte do município de São Paulo a partir do arranjo da Alta Responsável e da experiência dos usuários.

Metodologia
estudo qualitativo, tipo estudo de caso, com elementos da pesquisa etnográfica, com uso de múltiplas técnicas para a produção dos dados, como análise documental, oficinas de trabalho com dirigentes e equipe do hospital, observação participante dos arranjos tecnológicos escolhidos em comum acordo com a equipe do hospital, acompanhamento de usuários-guia internados, preferencialmente em virtude de condições crônicas de saúde, elaboração de narrativas de pacientes, cuidadores e a da equipe assistencial. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e conta com financiamento da FAPESP (PPSUS-2019).

Resultados
O trajeto dos usuários na rede destaca a centralidade do cuidado no hospital. Na alta, a especialidade nefrológica está garantida, mas as outras necessidades ficam de fora do escopo de constituição de rede, que parece restrita aos encaminhamentos aos ambulatórios e as clínicas de hemodiálise. O assistente social tem importante papel de conector de rede nos casos de hemodiálise, de atendimento domiciliar e demandas sociais. O papel (idealizado) da APS como coordenadora do cuidado parece não fazer sentido para os usuários, seus familiares e para os próprios profissionais. A referência quase que exclusiva a serviços especializados demonstram a fragmentação da rede e do cuidado para DRC.

Conclusões/Considerações
Uma maior articulação para produção de cuidado, que deveria incorporar outras dimensões da existência, como trabalho, moradia, produção de vida com e apesar da doença, é quase inexistente. Prevalece a centralidade do médico, um reforço da biomedicina como único cuidado aos pacientes crônicos. A APS não é considerada como gestora do cuidado, ou incluída como serviço que o apoiará. A DRC demanda a ativação das diversas dimensões do cuidado.