Sessão Assíncrona


SA3.21 - OS DESAFIOS DA GESTÃO HOSPITALAR (TODOS OS DIAS)

41595 - ANÁLISE DO ATENDIMENTO DAS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS DE URGÊNCIA EM SÃO PAULO - A REDE CROSS
MAIRA MARASCA DE OLIVEIRA - FGV-EASP, GONZALO VECINA NETO - FGV-EASP, ANA MARIA MALIK - FGV-EASP


Apresentação/Introdução
INTRODUÇÃO: A presença de filas de espera, mesmo para procedimentos cirúrgicos de urgência, é um grande desafio ao Sistema Universal de Saúde. Agravante à questão, destaca-se a importância da mortalidade infantil como indicador de saúde populacional e a necessidade da redução do componente neonatal precoce, representado em grande parcela pelas malformações cardíacas.

Objetivos
OBJETIVOS: Identificar fatores relacionados ao acesso de crianças com cardiopatia congênita que necessitam de cirurgia cardíaca em centros especializados, cadastradas na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (CROSS).

Metodologia
METODOLOGIA: Foi utilizada metodologia quantitativa, analisando os dados de 1.437 crianças com cardiopatia congênita e menos de um ano, no período de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2021. Utilizou-se as variáveis independentes: sexo, local de origem, hospital de encaminhamento, diagnóstico, presença ou não de liminar judicial e classificação de RACHS. A variável dependente foi o tempo de transferência da criança. Foram estudadas a relação entre as variáveis; também foi realizada comparação entre os grupos transferidos e não transferidos, pré-pandemia da COVID-19 e durante a pandemia.

Resultados
RESULTADOS: Os resultados do estudo mostraram que 30% dessas crianças não foram transferidas. Esse grupo apresentou maior frequência de cirurgias mais complexas (RACHS 4 a 6). Ficou também evidenciado que diagnósticos como atresia pulmonar e síndrome do coração hipoplásico demoram maior tempo para transferência. A participação da iniciativa privada na prestação de assistência pareceu ser um caminho para operacionalizar o sistema público e ficou demonstrada a necessidade de incentivar e expandir políticas já existentes, como o Teste do Coraçãozinho. O tempo para conseguir transferência foi menor durante o período da pandemia, dada a priorização das cirurgias de urgência em detrimento das eletivas.


Conclusões/Considerações
CONCLUSÕES: A pesquisa sugeriu a necessidade de implantar novas políticas de saúde, como priorização de diagnósticos em fila de espera, capacitação de centros já existentes e estímulo a financiamento diferenciado de cirurgias de alta complexidade, ampliação de novas alternativas em gestão e expansão de práticas de diagnóstico já vigentes.