Sessão Assíncrona


SA3.21 - OS DESAFIOS DA GESTÃO HOSPITALAR (TODOS OS DIAS)

41570 - INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS EM GESTÃO DO CUIDADO HOSPITALAR: A PANDEMIA DE COVID-19 INVADINDO A VIDA DO HOSPITAL E DOS PESQUISADORES
LARISSA MARIA BRAGAGNOLO - UNIFESP, FRANCIELE FINFA - UNIEFSP, ANA LUCIA PEREIRA; - UNIFESP, LEONARDO MAURI; - UNIFESP, ELEN PAULA RODRIGUES; - UNIFESP, CRISTIANE ALVES HENRIQUE; - UNIFESP, OLÍVIA FELIX BIZETTO; - UNIFESP, ARTHUR CHIORO; - UNIFESP, ROSEMARIE ANDREAZZA. - UNIFESP


Apresentação/Introdução
A reestruturação de sistemas de saúde exige transformações nas práticas de cuidado e das organizações e demandam a produção de práticas que tomam como centro o cuidado, e a gestão da clínica na perspectiva da integralidade, como os arranjos tecnológicos. O presente estudo foi atravessado pela pandemia de Covid-19, o que se tornou um analisador e revelou transformações na produção do cuidado.

Objetivos
Apresentar as transformações de um hospital de grande porte a partir da pandemia de Covid-19.

Metodologia
Estudo qualitativo, tipo estudo de caso, com elementos da pesquisa etnográfica, com uso de múltiplas técnicas para a produção dos dados, como análise documental, oficinas de trabalho com dirigentes e equipe do hospital, observação participante dos arranjos tecnológicos escolhidos em comum acordo com a equipe do hospital, acompanhamento de usuários-guia internados, preferencialmente em virtude de condições crônicas de saúde, elaboração de narrativas de pacientes, cuidadores e a da equipe assistencial. O ponto de partida foi o arranjo tecnológico da Alta Responsável. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e conta com financiamento da FAPESP (PPSUS-2019).

Resultados
O hospital foi capaz de uma plasticidade inimaginável: criar fluxos, transformar espaços de cuidado, transformar enfermarias, treinar e aprender em ato como enfrentar uma doença desconhecida. A pandemia reconfigurou a alta responsável, reduzindo as discussões em conjunto, induziu a suspensão das reuniões multidisciplinares, a suspensão das visitas dos familiares e a adoção do boletim médico diário por telefone. Somado a isso a ausência da rede, em particular da APS e das ações de vigilância. Assim, o papel do hospital no cuidado e o poder da instituição médica ganharam centralidade.

Conclusões/Considerações
Apesar da imensa plasticidade em sua reorganização, fica evidente o retorno a um modelo mais tradicional de hospital. Tais achados nos levam a estudar outros hospitais questionando se a pandemia poderia ter provocado a concentração das decisões na categoria médica. Parece haver o reforço de uma dimensão profissional restritiva e empobrecida do cuidado em um modelo mais tradicional de hospital, um reforço do modelo biomédico de atenção em saúde.