SA3.18 - DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGAULDADES E INTERSETORIALIDADE (TODOS OS DIAS)
|
42867 - INEQUIDADES EM SAÚDE – DESAFIOS PARA O SUS MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP, LHAIS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, DANILO DIAS SANTANA - UNICAMP, MARGARETH GUIMARÃES LIMA - UNICAMP
Apresentação/Introdução As desigualdades socioeconômicas profundas que prevalecem historicamente no Brasil, foram agravadas com o golpe de 2016 que destituiu a presidente e que avançou rapidamente com medidas de austeridade fiscal imprimindo perda de direitos dos trabalhadores e restrição de gastos com educação e saúde. Neste quadro, ampliam-se as desigualdades sociais em saúde e os desafios que se colocam para o SUS.
Objetivos Mensurar o tamanho das desigualdades que prevalecem entre os segmentos da população com e sem plano de saúde em vários indicadores de saúde, buscando identificar áreas mais prementes de investimento e atuação para a redução das inequidades em saúde.
Metodologia Foram analisadas as desigualdades prevalentes, em um conjunto grande de indicadores de várias dimensões da saúde, incluindo comportamentos de saúde e acesso aos serviços de saúde, entre o segmento da população que possui plano privado de saúde e o que não possui e que, portanto, depende inteiramente do SUS para o atendimento das suas necessidades de saúde. Os dados foram coletados no 3º. Inquérito de base populacional realizado no município de Campinas, SP, (ISACamp 2014/15). Foram estimadas prevalências e razões de prevalência com intervalos de confiança de 95%, com os dados da amostra de 2178 indivíduos adultos e idosos. As análises foram ponderadas levando em conta os pesos amostrais.
Resultados Em relação aos comportamentos de saúde, verificou-se que indivíduos sem plano de saúde apresentaram maior prevalência de fumantes (RP=2,34), de uso abusivo de álcool (AUDIT positivo) (RP=1,69), de inativos no lazer (RP=1,45), de sedentários (RP=1,34), de consumo insuficiente de frutas, verduras e legumes (RP= 1,36) e de menor índice de qualidade da dieta (RP=1,45). Quanto ao acesso a serviços de saúde, os que tem plano de saúde apresentaram maior prevalência de consultas médica (RP=1,17) e odontológica (RP=2,04) no último ano; não houve desigualdade quanto a internação e cirurgia. Foi mais elevada nos que não tem plano de saúde a dificuldade de acesso a exames e a consulta com especialistas.
Conclusões/Considerações As elevadas desigualdades observadas para o tabagismo e o consumo nocivo álcool sinalizam áreas de promoção à saúde que precisam ser reforçadas e a elevada desigualdade que persiste no acesso a consultas odontológicas e à realização de exames e de consultas com especialistas apontam necessidades que precisam ser priorizadas no SUS para enfrentar o desafio de amenizar na saúde o impacto das profundas desigualdades socioeconômicas que prevalecem.
|