Sessão Assíncrona


SA3.18 - DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGAULDADES E INTERSETORIALIDADE (TODOS OS DIAS)

40923 - BARREIRAS DE ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE EM MUNICÍPIOS RURAIS E REMOTOS NO PIAUÍ, BRASIL.
CRISTIANE MARIA ALVES MARTINS - PPG-SP DA FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP, AYLENE BOUSQUAT - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP


Apresentação/Introdução
Introdução: O acesso aos serviços de saúde tem sido objeto de inúmeras investigações na literatura mundial, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde são uma realidade global e no Brasil não é diferente, as populações rurais e remotas apresentam as piores condições de saúde, imposta pelo acentuado isolamento social, diversidades e imensas desigualdades socioespaciais.

Objetivos
Objetivo: identificar as principais barreiras para o acesso aos serviços de saúde em municípios rurais remotos no Piauí.



Metodologia
Metodologia: Realizado estudo de caso em dois municípios, escolhidos de forma intencional, após análise de dados socioeconômicos, foram conduzidas entrevistas semiestruturada com gestores (4), trabalhadores (12) e usuários (3) de dois municípios, escolhidos de forma intencional, após análise de dados socioeconômicos. Os roteiros semiestruturados e multidimensionais foram elaborados de forma a conhecer a estruturação da APS nos contextos rurais remotos, o processo de trabalho das EqSF e a trajetória assistencial dos usuários. Utilizado a análise do conteúdo como ferramenta de análise das entrevistas, observando o referencial teórico de Russel.

Resultados
Resultados:Há primazia das barreiras geográficas, organizacionais e financeiras nos MRR. A ESF é o modelo de atenção, o PMM é uma ferramenta para fixação do médico. O formato vigente é o DIDO (drive in-drive out) com a equipe visitando duas vezes ao mês as localidades mais distantes. As longas distâncias, o déficit de veículos, o custo das equipes fixas nos interiores acentua as barreiras de acesso. A população assume os gastos com os deslocamentos e com a realização de exames não ofertados pela APS. Os gastos são catastróficos.O SAMU atende às urgências e transporta para os municípios de referência, que distam centenas de quilômetros. O financiamento não atende as especificidades da APS/ESP nos MRR.

Conclusões/Considerações
As barreiras organizacionais, geográficas e financeiras identificadas comprometem o acesso a saúde como previsto no SUS nos MRR; a falta de um olhar diferenciado para as diferentes etnias, suas singularidades, torna frágil a continuidade do cuidado comprometendo a atenção à saúde nestes cenários. Mesmo reconhecendo o esforço das equipes, gestores, precisamos ter desenhos apropriados para que a APS seja robusta e resolutiva nos MRR.