39918 - INDICADORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE ENTRE MULHERES: UMA ANÁLISE INTRAURBANA AMANDA SILVA MAGALHÃES - UFMG, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, BRUNO DE SOUZA MOREIRA - NESPE, DÉBORA MORAES COELHO - UFMG, ALINE DAYRELL FERREIRA SALES - UFMG, MARIA ANGÉLICA DE SALLES DIAS - UFMG, AMÉLIA AUGUSTA DE LIMA FRICHE - UFMG, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - UFMG
Apresentação/Introdução Características geográficas, socioeconômicas e culturais desempenham um papel fundamental no acesso e utilização dos serviços de saúde. É essencial que estes fatores sejam monitorados a fim de comparar as mudanças na situação de saúde, auxiliar os gestores e tomadores de decisão a promover melhorias e reorganização nos serviços de saúde da mulher.
Objetivos Caracterizar o perfil sociodemográfico e de utilização de serviços de saúde por mulheres residentes em dois aglomerados subnormais, comparando-as com o perfil das residentes na cidade formal do município de Belo Horizonte (BH).
Metodologia Estudo transversal com dados do Projeto BH-Viva (2017-18) e da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019). O BH-Viva incluiu dois aglomerados subnormais de BH, Serra e Cabana, que são conhecidos como áreas de vilas e favelas. A PNS incluiu domicílios particulares permanentes, exceto os localizados nos setores censitários especiais (compostos por aglomerados subnormais e outros). Para essa investigação, comparamos mulheres de 50-69 anos participantes do BH-Viva, com mulheres da mesma idade residentes na cidade denominada formal de BH (PNS). Os indicadores foram agrupados em características sociodemográficas e uso de serviços de saúde. Foi realizada análise descritiva e teste χ2 de Pearson.
Resultados Analisamos dados de 174 mulheres em 861 domicílios nos aglomerados subnormais e 319 mulheres em 1.644 domicílios na cidade formal. Houve diferença significativa entre os grupos quanto à cor da pele não branca (78,4% vs. 52,0%, aglomerados subnormais e cidade formal, respectivamente, p<0,001), escolaridade abaixo de nove anos (66,5% vs. 52,0%, p=0,002), cobertura de plano de saúde privado (15,8% vs. 39,5%, p<0,001), e realização de mamografia em menos de dois anos (66,9% vs. 77,9%, p=0,008). Entretanto, consultas médicas (90,6% vs. 93,4%, p=0,262) e realização do teste de Papanicolau em menos de três anos (75,2% vs. 73,1%, p=0,612) não foram significativamente diferentes entre os grupos.
Conclusões/Considerações Estes resultados reforçam a importância de indicadores de monitoramento em grupos populacionais vulneráveis, visando acesso e cuidados de saúde equitativos para as mulheres. Eles também sugerem que, embora o Sistema Único de Saúde tenha contribuído para mitigar as desigualdades na saúde, é necessária mais atenção ao rastreamento mamográfico a fim de melhorar o acesso integral à saúde da mulher.
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