Sessão Assíncrona


SA3.18 - DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGAULDADES E INTERSETORIALIDADE (TODOS OS DIAS)

39544 - O RACISMO ENQUANTO PRODUÇÃO SÓCIO HISTÓRICO DA COLONIZAÇÃO NO CAMPO DA SAÚDE: O FOSSO ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA NA SAÚDE COLETIVA
CAMILLE CORREIA SANTOS - IMS-UERJ


Apresentação/Introdução
Autores demonstram que a formação acadêmica, é pautada num mito da democracia racial, que apaga a nossa história e determina que nossas condições de educação e saúde são iguais. A invisibilidade das questões étnico-raciais já foi devidamente evidenciada, mas questiona-se: Onde elas estão inseridas nos atuais currículos, que tem sua base na construção da ciência ocidental, eurocêntrica e universal.

Objetivos
objetivo ampliar as reflexões críticas a partir das bases eurocêntricas como princípio da ciência universal, que contribuem para a presença/ausência de referências/conteúdos afrocêntricos nos currículos da saúde coletiva

Metodologia
A pesquisa faz parte do projeto que está em desenvolvimento no programa de doutorado. É desenvolvida com abordagem qualitativa que permite investigar, analisar e compreender as relações/interações no mundo a partir da busca de significados que as pessoas atribuem a comportamentos, sentimentos e experiências. Como procedimento metodológico são utilizadas as técnicas de análise documental dos materiais institucionais dos currículos em saúde coletiva e apoio em referências bibliográficas pertinente ao tema. Os dados foram categorizados pelos núcleos temáticos de interesse para posterior inferência e interpretação.

Resultados
Os Estudos no campo da saúde e as relações raciais ainda são escassos, a maioria concentram na avaliação sobre da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e autores referem quando se restringe a pesquisa para o campo da saúde coletiva a quantidade de artigos é ínfima. A análise preliminar no âmbito dos currículos, associam estudos de raça como um recorte, ou como transversal. Outro aspecto identificado é que em alguns currículos, disciplinas como a biologia, psicologia e a antropologia, criaram o desviante, o degenerado, o/a negro/a, ou seja, O/A Outro/a. São práticas e produções teóricas que fundamentaram a racialização e sexualização dos corpos negros até os dias atuais.

Conclusões/Considerações
Formamos profissionais de saúde que constroem, atuam, e que ainda tomam decisões de política e gestão de saúde como se os dados não indicassem a ampla disparidade racial. E assim, questiona-se qual a efetividade quando conteúdos afrocêntricos estão em uma perspectiva de recorte, de transversalidade, de uma disciplina optativa ou eletiva. Urge refletir sobre quais diretrizes os currículos estão espelhando a prática em saúde.