SA3.18 - DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGAULDADES E INTERSETORIALIDADE (TODOS OS DIAS)
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39087 - CONSUMO DE MEDICAMENTOS NÃO PADRONIZADOS NA SAÚDE INDÍGENA: UM ALERTA A RACIONALIDADE NA TERAPIA LARISSA TORRES FERNANDES - UFJF-GV, PATRÍCIA APARECIDA BAUMGRATZ DE PAULA - UFJF-GV, CARINA CARVALHO SILVESTRE - UFJF-GV
Apresentação/Introdução No Brasil, as políticas de saúde direcionadas aos povos indígenas asseguraram o direito ao acesso aos medicamentos essenciais. Estes medicamentos são padronizados de acordo com critérios definidos de racionalidade terapêutica para seu uso. Todavia, a medicalização da saúde, somados as questões etnoculturais, sociais, econômica e políticas constituem desafios para a saúde indígena.
Objetivos Caracterizar o consumo de medicamentos não padronizados no Distrito Sanitário Especial Indígena Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI-MG/ES).
Metodologia Tratou-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal e ecológico. Este estudo foi realizado entre 2018 e 2019, no DSEI-MG/ES, que são unidades gestoras descentralizadas no âmbito do SUS, que prestam Atenção Básica aos povos indígenas aldeados. Para tanto, utilizou-se dados secundários de registro de consumo de medicamentos não padronizados, os quais foram quantificados e classificados de acordo com o sistema Anatomical Therapeutic Chemical Classification - ATC, nos 1º e 2º níveis (grupos anatômico principal e terapêutico). O presente trabalho seguiu os preceitos éticos e obteve parecer favorável nº 3.744.281, do Comitê de Ética em Pesquisa da UFJF.
Resultados Foi consumido um total de 821 e 823 medicamentos não padronizados em 2018 e 2019 respectivamente, o que correspondeu a 104.968 cápsulas, comprimidos e frascos de medicamentos. De acordo com o ATC, 66.967 (64%) pertenciam ao trato alimentar e metabolismo; 17.705 (17%) ao sistema cardiovascular e 12.871 (12%) ao sistema nervoso. As classes terapêuticas dos medicamentos não padronizados mais consumidas foram: 30.754 (29,3%) vitaminas; seguidas de 30.738 (29,3%) suplementação mineral; 12.871 (12,2%) bloqueadores de canais de cálcio; 7.585 (7,2%) psicotrópicos; 23.020 (22%) outras (psicolépticos, antidiabéticos, anti-inflamatórios e antirreumáticos, antiparasitários e antiepilépticos).
Conclusões/Considerações O estudo evidenciou um alto consumo de medicamentos não essenciais. Tal fato pode ser consequência das mudanças no modo de vida da população indígena, que contribuem para o surgimento de carências nutricionais e condições crônicas de saúde. Destarte, a avaliação da racionalidade da farmacoterapia no contexto da saúde indígena deve ser conduzida de forma holística, a fim de compreender e valorizar as particularidades destes povos.
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