Sessão Assíncrona


SA3.18 - DESAFIOS NO ENFRENTAMENTO DAS DESIGAULDADES E INTERSETORIALIDADE (TODOS OS DIAS)

38669 - ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA SOB A ÓTICA DE USUÁRIOS E DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM TERRITÓRIO RURAL
MORGANA PORDEUS DO NASCIMENTO FORTE - UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR); FIOCRUZ-CE, LUIS LOPES SOMBRA NETO - FIOCRUZ-CE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC), VANIRA MATOS PESSOA - FIOCRUZ-CE


Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) consiste na porta de entrada dos usuários no Sistema Único de Saúde (SUS), que deve considerar, entre outros, os princípios da equidade e da universalidade para avaliar determinantes de vulnerabilidade e perfil da população e organizar os serviços de saúde. O território rural tem singularidades e especificidades que condicionam tal organização.

Objetivos
Este estudo analisa os cuidados em saúde ofertados pela Estratégia Saúde da Família (ESF) rural sob a perspectiva dos usuários e dos profissionais de saúde.

Metodologia
Trata-se de estudo misto realizado no município rural, Novo Oriente (CE), no qual tem cobertura de 100% da ESF e mais de 95% da população é usuária do SUS. No eixo qualitativo, foram entrevistados sete profissionais da ESF, utilizando entrevistas do tipo semiestruturada, abordando a atuação na APS. No eixo quantitativo, foram entrevistados 152 usuários da APS por meio de formulário com perguntas relacionadas à avaliação dos cuidados em saúde, através de dispositivos móveis programados no aplicativo Open Data Kit® e, para análise estatística descritiva, o programa de estatística Statistical Package for the Social Sciences® com estimação de frequências absolutas e relativas das variáveis.

Resultados
Os usuários referiram necessitar comprar medicamentos (87%), não terem acompanhamento em saúde (51,3%) e que faltam profissionais de saúde no território (59,5%). Destacaram positivamente os atributos: “estrutura física adequada” (84,4%) e “qualidade do atendimento” (72,8%). Negativamente, “acesso aos medicamentos” (23,6%), “agendamento consulta” (19%) e “estrada para acesso” (14,7%). Nas entrevistas dos profissionais, abordou-se sobre coordenação do cuidado e garantia de acesso; promoção, prevenção e educação em saúde; trabalho em equipe e dificuldades de atuação. Percebido por todos os entrevistados, populações mais vulneráveis seguem com necessidades de saúde de difícil manejo.

Conclusões/Considerações
Ações específicas na organização dos serviços de saúde rurais, como a inserção de práticas em saúde do trabalhador e em saúde e ambiente, o fortalecimento da educação permanente e a garantia de políticas públicas intersetoriais, para suprir fragilidades encontradas pelas equipes da ESF e garantir cuidados de qualidade para a população que vive e sobrevive no campo e nas águas deve ser uma meta para a Saúde Pública. Saúde é um dever do Estado.