SA3.17 - DESIGUALDADES EM SAÚDE E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)
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42884 - DESAFIOS PARA O SUS: AUMENTAM NOS ADULTOS BRASILEIROS AS DESIGUALDADES SOCIAIS EM COMPORTAMENTOS NÃO SAUDÁVEIS MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP, LHAIS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, MARGARETH GUIMARÃES LIMA - UNICAMP, NEUCIANI FERREIRA DA SILVA SOUSA - UFMT, DÉBORAH CARVALHO MALTA - UFMG
Apresentação/Introdução Os comportamentos relacionados à saúde são reconhecidos fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, comprometendo a qualidade de vida e aumentando o risco de morte prematura. Como os comportamentos não saudáveis tendem a ser mais prevalentes nos segmentos mais vulneráveis da população, acabam respondendo por parcela significativa das prevalentes desigualdades sociais em saúde.
Objetivos Avaliar as desigualdades entre estratos educacionais das prevalências de comportamentos não saudáveis em adultos brasileiros, em 2019, e verificar se houve mudança na magnitude dessas desigualdades entre 2013 e 2019.
Metodologia Foram utilizados para este estudo os dados de 49.025 e 65.803 adultos com idades entre 18 e 59 anos, que fizeram parte, respectivamente, das amostras das Pesquisas Nacionais de Saúde (PNS) realizadas em 2013 e em 2019. Foram estimadas as prevalências de comportamentos não saudáveis (tabagismo, ingestão abusiva de álcool, dieta inadequada, inatividade física e sedentarismo) segundo o nível de escolaridade. As razões de prevalência (RP) ajustadas por sexo e idade foram utilizadas para mensurar a desigualdade entre os estratos nos dois períodos da pesquisa. As mudanças nas desigualdades foram avaliadas pela superposição ou não dos intervalos de confiança de 95%.
Resultados As desigualdades nos comportamentos de saúde, entre os estratos de escolaridade, mostram-se bastante elevadas em 2019, especialmente para tabagismo (RP = 2,82; IC95%: 2,49-3,20), inatividade física (RP = 2,02; IC95%: 1,92-2,13) e sedentarismo (PR = 2,90; IC95%: 2.26-3,72). A comparação do tamanho das desigualdades entre as duas PNS mostrou um aumento significativo da desigualdade, entre 2013 e 2019, em relação à inatividade física (21%), ingestão insuficiente de frutas (8%) e quanto ao consumo frequente de bebidas adoçadas (32%).
Conclusões/Considerações A persistência e o alargamento das desigualdades sociais na prevalência de comportamentos não saudáveis, implicam em futura ampliação da desigualdade social na morbidade e na mortalidade, sinalizando a necessidade de intervenções. Os resultados do estudo destacam os comportamentos e os segmentos sociais que deveriam ser alvos especiais de políticas e programas voltados à promoção de estilo de vida saudável e, em particular, à promoção de equidade.
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