Sessão Assíncrona


SA3.17 - DESIGUALDADES EM SAÚDE E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS (TODOS OS DIAS)

41186 - ASSOCIAÇÃO ENTRE OS CASOS DE ÓBITOS COM CAUSA MAL DEFINIDA E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS
DESIRÉE SIQUEIRA DOS SANTOS - UFBA, DANDARA DE OLIVEIRA RAMOS - UFBA, RICARDO LUSTOSA BRITO - UFBA


Apresentação/Introdução
Os óbitos com causa mal definida (CMD) representam um obstáculo para a vigilância da saúde, impossibilitando o conhecimento adequado das reais causas de morte na população. A melhoria da qualidade destes dados foi objeto do pacto pela saúde em 2007. Na Bahia, o cenário é de alta proporção de óbitos com CMD, em média 13%, variando entre 0 e 55% de óbitos CMD nos municípios baianos.

Objetivos
Verificar a associação entre a proporção de óbitos CMD com os seguintes indicadores: cobertura de atenção básica, índice de gini, renda per capita média e índice de desenvolvimento humano municipal no estado da Bahia em 2019.

Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, do tipo exploratório. A base de dados foi compilada através da extração de dados do Sistema de Informações de Mortalidade, E-Gestor e do Atlas do Desenvolvimento Humano (PNUD). Foram selecionados os óbitos com CMD com base na causa básica de morte original (cap. XVIII da CID-10). As associações entre proporção de óbitos com CMD e indicadores socioeconômicos foram analisadas via correlação de Spearman.



Resultados
Não foi identificada correlação estatisticamente significativa entre a proporção de óbitos CMD nos municípios e o índice de Gini (p= -0,02; p>0,05), ou entre a cobertura da atenção básica (p= -0,02; p>0,05). Foi observada correlação estatisticamente significativa entre a proporção de óbitos com CMD nos munícipios e a renda per capita média (p= -0,13; p<0,05), ou entre o índice de desenvolvimento humano municipal (p= -0,19; p<0,05).

Conclusões/Considerações
Os percentuais de óbitos com CMD na Bahia são elevados, e os resultados indicam que estas proporções estão relacionadas ao desenvolvimento econômico municipal e status de riqueza. No entanto, a não associação com a cobertura da atenção básica sugere que a ocorrência de CMD pode estar mais associada à qualidade da atenção ao óbito. Para que haja melhoria deste cenário, é necessário reforço da educação permanente dos profissionais médicos.