40081 - DESIGUALDADES ÉTNICO-RACIAIS NAS TENDÊNCIAS DA MATERNIDADE ADOLESCENTE NO BRASIL, 2008-2019 ANDREA JF FERREIRA - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL/IYALETA - PESQUISA, CIÊNCIAS E HUMANIDADES, EMANUELLE F GOES - CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), FIOCRUZ, SALVADOR, BAHIA (BA), BRASIL/IYALERA - PESQUISA, CIÊNCIAS E HUMANIDADES. SALVADOR-BAHIA, BRASIL/UBUNTU CENTER, DREXEL UNIVERSITY, PHILADELFIA, ESTADOS UNIDOS, KARINA CARDOSO MEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, LUANA MYRRHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE, ANA PAULA REIS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, VITÓRIA NUNES - ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, JAMILE MENDES - ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, NÚBIA PINTO - INSTITUTO DE PSICOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, MARIA EDUARDA SANTOS - INSTITUTO DE PSICOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, DANDARA RAMOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Apresentação/Introdução A gravidez e a maternidade na adolescência são questões relacionadas aos direitos humanos, das mulheres e à saúde pública. Porém, em sociedades com desigualdades estruturais marcadas, mulheres e meninas vivenciam, além das desigualdades de gênero, situações desiguais entre si, quando consideramos as dimensões interseccionais que atravessam suas trajetórias reprodutivas como raça, classe e geração.
Objetivos Analisar as desigualdades étnico-raciais nas tendências temporais da maternidade na adolescência no Brasil, por subgrupos etários (10 a 14 e 15 a 19 anos) no período de 2008 e 2019.
Metodologia Estudo ecológico de tendência temporal , elaborado com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram estimadas frequências de nascidos vivos de mães adolescentes, por grupos étnico-raciais (Preta, Parda, Indígena, Branca), e por faixa etária da mãe (10-14 anos e 15-19 anos). A análise de tendência foi estimada em duas etapas: na primeira, usou-se o teste de Durbin-Watson para verificar a dependência temporal das séries, e na segunda, a proporção de nascimentos segundo o quesito raça da mãe, e por estrato etário, usando modelos de regressão binomial negativa. A tendência foi classificada como estacionária, descendente ou ascendente de acordo com o valor de p.
Resultados Foram incluídas no estudo 6.375.514 mães adolescentes, das quais 4,65% estavam na faixa etária de 10 a 14 anos, 61,5% se autodeclaram Pardas, residiam na região Nordeste (33,5%) e o Sul (32,3%). A tendência descendente no percentual da maternidade foi observada apenas entre as meninas Pardas de 10 a 14 anos (p<0.001) e as adolescentes Brancas em todas as faixas etárias (p<0.001). Adolescentes Indígenas apresentaram uma tendência ascendente na proporção da maternidade em ambas as faixas etárias (p<0,01), enquanto as meninas Pretas, em ambos os estratos etários, e as meninas Pardas de 15 a 19 anos apresentaram uma tendência estacionária (p>0,05).
Conclusões/Considerações Desigualdades étnico-raciais nas tendências de maternidade na adolescência são semelhantes em ambos os estratos etários, com polarização étnico-racial das tendências, considerando as meninas Indígenas e Brancas. Apesar dos avanços alcançados pelo Brasil na redução da maternidade adolescente, os resultados mostram que as políticas públicas universais no campo da saúde sexual e reprodutiva não tem alcançado da mesma forma os grupos étnico-raciais.
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